quarta-feira, 1 de junho de 2011

A matemática da justiça brasileira

A foto é impactante! É de 2000, a moça foi assassinada covardemente pelas costas e seu corpo foi deixado assim, ao lado de uma lata de lixo. Executado os disparos, Pimenta das Neves, réu confesso, permaneceu em liberdade todos esses anos. (viva a impunidade!)
Na época do julgamento, ele foi condenado a 19 anos e alguns meses, porque um réu com mais de 20 anos tinha direito a um novo julgamento (da pra acreditar?) e para evitar que isso acontecesse, os juizes costumavam sentenciar as penas abaixo de 20 anos. Foi mais ou menos assim no caso Daniela Perez.
É que no Brasil é muito fácil, e me parece que prático, assassinar alguém e ficar por isso mesmo! Vejam o caso Pimenta das Neves, réu confesso em liberdade e quando julgado: do tribunal ele foi para casa livre, leve e solto, enquanto a família de Sandra é obrigada a assistir por 11 anos ele na praia tomando banho de sol e com uma namorada nova, entrando e saindo dos lugares como se nada tivesse acontecido.
O mais desgastante de tudo isso é saber que não importa a hediondez do crime, a matemática da justiça brasileira, que é muito diferente da que a gente aprende nas escolas, vai apenas subtrair, subtrair e subtrair. Veja esse caso por exemplo: os 19 anos se transformaram em 18, os 18 em 15, os 15 vão para 23 meses e se calhar nem os 23 meses vão acontecer na prática! Talvez ele tenha excesso de garbo e elegância para suportar uma cela, certamente por isso já recusou a cama e o café da prisão. (fino né?!)
É por essas e outras mais, que se faz pertinente pedir a benção ao velho ditado "o mundo só se acaba para quem morre!" e os vivos? fiquem aqui assistindo criminosos serem favorecidos pela benevolência de nossas leis penais.
Para encerrar o assunto, quero postar uma letra de Chico Burque que gosto muito; porque diante dos fatos mencionados, somente chego a conclusão que nossa vida é mesmo muito MAMBEMBE:

No palco, na praça, no circo, num banco de jardim
Correndo no escuro, pichado no muro
Você vai saber de mim
Mambembe, cigano
Debaixo da ponte
Cantando
Por baixo da terra
Cantando
Na boca do povo
Cantando
Mendigo, malandro, muleque, mulambo bem ou mal
Cantando
Escravo fugido, um louco varrido
Vou fazer meu festival
Mambembe, cigano
Debaixo da ponte
Cantando
Por baixo da terra
Cantando
Na boca do povo
Cantando
Poeta, palhaço, pirata, corisco, errante judeu
Cantando
Dormindo na estrada, no nada, no nada
E esse mundo é todo meu
Mambembe, cigano
Debaixo da ponte
Cantando
Por baixo da terra
Cantando
Na boca do povo
Cantando

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