quinta-feira, 21 de abril de 2011

2 anos "sem" Rany: Quando penso em você, fecho os olhos de saudade...

...Porque todo mundo devia ter um amigo, ao menos um! Porque só quem amou assim me compreende, porque sem você a vida pode parecer um porto além de mim, porque amigos para sempre é o que nós iremos ser, na primavera ou em qualquer das estações, nas horas tristes e nos momentos de prazer: AMIGOS PARA SEMPRE... E porque há tantas canções que me lembram você (...) Há tantas frases, tantos versos, tantos instantes, que me pego pensando nos muitos filósofos e mentes brilhantes que tentaram descrever a tal da saudade.
Talvez eles até tenham conseguido na grandeza de um instante verbalizar este sentimento, mas em momento algum eles conseguiriam traduzir a minha saudade, a minha dor e o porquê das pessoas que mais amamos serem separadas da gente muito depressa. E ainda que eu chegue aonde só chegam os pensamentos e encontre a palavra que não existe, não conseguiria também lhes dizer o valor de sua existência em minha existência, pois você é para mim, tão somente a liquidificação dos sentidos meus quando busco entender a fugacidade dos instantes que aqui passou.
Tínhamos um idioma próprio e um sabor diferente de ver as coisas, às vezes eu me perco a procura deles, porque mesmo permanecendo comigo, eu não vejo você me dizendo onde eles estão. Mas os sinto! Sinto nos instantes mais simples onde há mais verdade, sinto quando penso em você e fecho os olhos de saudade e sei que é através dele que continuamos nos comunicando um com o outro. Aprendi que cada instante e cada lição que aqui vivemos são eternos; por isso mesmo aprendei a ficar em silêncio, a ouvir quem nada fala e ver o que ninguém mais consegue ver.
Quem sabe assim eu consiga entender um dia a dinâmica da vida. E mesmo não sendo fácil, a vida tem seguido seu curso e me conduzido a mares nunca dantes navegados, onde fito o céu e vejo quão alto é para pretendermos tocá-lo. Às vezes ele me é um espelho, um espelho onde vejo refletidos os maiores efeitos dos sentidos que construímos ao longo dos dias, somente por isso é bom contemplá-lo vez em quando, com os cuidados necessários, para nele não ver quem lá não está e não nos enganarmos mais com o que poderia ter sido, porque a vida passa rápido demais para perdermos tempo com miragens.
Em outro momento, quando lhe falei das flores, disse que penso nelas como quem pensa na singularidade de uma impressão digital, e continuo tendo a mesma opinião, e nem o vento, quando as despetala faz com que deixem de ser importantes e únicas, porque as pétalas que voam para longe de nossos olhos não se perdem pelo ar, este é um principio natural de tudo que há na Terra. E se por algum motivo elas voarem para muito, mas muito longe, ainda assim nos deixam seu cheiro, afinal “fica sempre um pouco de perfume nas mãos que oferecem rosas...”
Hoje fazem dois anos que você partiu e esse dia para mim não é mais simbólico que os outros em que me lembro de você, é apenas mais um dia. Mas hoje em especial lhes oferto mais uma canção, porque sei que o poder da música e do amor é tão grande que transcende a matéria e é por este transcendentalismo que sei que você recebe esta singela mensagem com o mesmo carinho que a envio:

É tão estranho
Os bons morrem jovens
Assim parece ser
Quando me lembro de você
Que acabou indo embora
Cedo demais
Quando eu lhe dizia
Me apaixono todo dia
É sempre a pessoa errada
Você sorriu e disse
Eu gosto de você também
Só que você foi embora...
Cedo demais!
Eu continuo aqui
Meu trabalho e meus amigos
E me lembro de você
Em dias assim
Dia de chuva
Dia de sol
E o que sinto não sei dizer...
Vai com os anjos
Vai em paz
Era assim todo dia de tarde
A descoberta da amizade
Até a próxima vez...
É tão estranho
Os bons morrem antes
Me lembro de você
E de tanta gente que se foi
Cedo demais!
E cedo demais...
Eu aprendi a ter
Tudo o que sempre quis
Só não aprendi a perder
E eu que tive um começo feliz...
Do resto não sei dizer
Lembro das tardes que passamos juntos
Não é sempre mais eu sei
Que você está bem agora
Só que neste Ano
O verão acabou.
Cedo demais!

(os bons morrem jovens - Renato Russo)

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