quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Navegar é preciso, desqualificar não é preciso!

Uma campanha política é um momento singular numa comunidade. É o momento absoluto da vida democrática, daqueles que se valorizam e permitem-se exercer seus direitos sem uso de boicotes. É o momento de legitimar um poder que sempre emana do povo.

Mas tem gente que leva esse momento na brincadeira, e eu concordo com Fafá de Belém, quando ela diz que hoje se confunde ignorância com espontaneidade e qualquer figurinha de dente escovado se acha capaz de dar opinião e formar opinião (o que é pior ainda!)

Vez em quando me aparece algum idiota cuspindo meia dúzia de idéias descabidas, eminentemente partidárias, ensaiadas e memorizadas para uma ideologia alheia ao seu real nível cognitivo.

Mas é aí que eu apenas rio e me lembro que essas figuras sempre houveram e sempre haverão, bem disse Fernando Pessoa: É por isso que a vida chega a doer, a cortar, a enjoar, a roçar, a ranger!

Estive até então meio quieto às opiniões políticas. Mas nunca omisso. Vez em quando encontro alguém que lê meu blog nas ruas ou nas instituições que freqüento perguntando o porque do meu silêncio nessa campanha.

Vejo essas eleições, não diferente das tantas que participo e opino abertamente, uma campanha suja e baixa. Onde tem sido mais fácil e proveitoso desqualificar o adversário em vez de apresentar propostas governamentais seguras e convincentes.
Uma dessas pessoas que sentiu falta de minha opinião, foi o professor Carlos Magno - leitor e seguidor desse blog, que sempre me diz que como formador de opinião devo me manifestar. E ele me escreveu dizendo:

Eu não sou político. Nem filiado a qualquer partido político. Contudo, gosto de pensar em mim como uma pessoa politizada, no sentido de dizer que me interesso pela política macro que, no final de todas as contas, está no centro ou na periferia de quase todas as áreas de nossas vidas.
É quase impossível não se indignar com o "tom" que muitos peões e saldados-rasos das linhas de frente tucanas, que mal tem a atenção de seus caciques e coronéis, dão a essa campanha.
A onda agora é fazer montagem e colocar no youtube. É chique ter um vídeo no youtube. Mas que isso, a onda é twittar... Eu particularmente, não tenho twitter, acho difícil me expressar em 148 caracteres e a idéias de ter gente me "seguindo" me assusta, já que eu sou psicótico demais.
O fato é que mentes mais estreitas, que mal saíram na primeira infância intelectual não sabem que, no mais das vezes, a força do exercício de um cargo público obriga quem o exerce a assumir posições que "PESSOALMENTE" a pessoa não as assumiria. Dou um exemplo: às vezes, como representante de um colegiado posso defender uma idéia por ser representante desse colegiado e não por ser minha crença pessoal. Isso é ser coerente com o cargo ocupado, ou então, renuncie de vez. No entanto, isso não autoriza que se façam montagens de uma mesma pessoa, em épocas diferentes, em contextos diversos para acusá-lo de "caras múltiplas".
Sei que o texto está extenso, mas se leu até aqui, é porque repudia essas práticas. Assim como eu!

Diante de tamanha grandeza em seu desabafo. Sinto-me quase sem palavras, porque concordo absurdamente em tudo com tudo e faço minhas, suas brilhantes palavras.
Navegar é preciso! Estudar é preciso! Opinar é preciso! Desqualificar o adversário para se promover às custas da desconstrução de uma imagem não é preciso. É um comportamento pouco profissional e ético.

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