sexta-feira, 25 de julho de 2014

Ao mestre dos mestres


Ariano Suassuna se foi. Se foi em meio a tantos acontecimentos que não tive tempo de me despedir textualmente. Não tive tempo de redizer tudo que já lhe falei. De agradecer pelo Auto da Compadecida, pela Pedra do Reino, pelo Movimento Armorial, por ter inspirado Lenine a compor a canção mais importante da minha monografia: Leão do Norte, canção esta que me inspirou um artigo em 2011 quando tive o prazer de conhecer o mestre dos mestres.

A obra de Suassuna ganhou dimensões extraordinárias na Academia. Não há quem não o conheça mesmo ser ter lido seus romances. O estilo regional e único de contar histórias encantadas fez dele membro da Academia Brasileira de Letras e tornou popular nossa cultura. O orgulho que me acomete em saber que este senhor a quem dedico nostalgicamente esta singela despedida, é o mesmo que me envaidece por ser ele aqui tão de perto. O filho mais ilustre de Sousa-PB foi então conhecer o manto da Compadecida para ter a certeza que não o descreveu por mera inspiração. O primeiro escritor a desconstruir de forma sátira e inteligente os preconceitos religiosos está encantando do lado de lá. Fazendo os Anjos sorrirem...

Queria, não nego, que João Grilo tocasse sua gaita e o mestre voltasse para perto de nós. Mas ele deixou comigo mais que esse desejo, deixou sua obra e é através dela que posso sempre chegar mais perto dele para ter a certeza de que realmente ele é imortal. As palavras, já disse em outra ocasião, são como um ferro em brasa, nos marcam para sempre.

[...] Aqui havia um paragrafo, peço que me perdoem, mas é particularmente meu e este devaneio eu envio de forma não grafada à todos que forem capazes de sentir o que estou sentindo.

Portanto, permanecem em mim, três ideias afixadas na parede da memória: sua obra, sua simplicidade e sua atenção. Abaixo, registro o print do Twitter do mestre em seus últimos acessos quando ganhei, novamente, um RT de um livro que acabara de ler (na foto acima) e deixo que ele siga, que siga o curso natural da vida humana, porque nos deixou dito e é nisso que acredito "não tenho medo da morte". Um dia nos encontraremos de novo, mestre, e já terei lido mais do mesmo.

Aquele abraço! Saravá!!!


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