Depois que Freud e sua apocalíptica
ideia de repressão invadiram nossas mentes, passamos a acreditar que para tudo
há uma explicação racional, ainda que muitas vezes desejemos negá-la com
solenidade tal qual o apostolo Pedro.
As nossas ideias e
ações, segundo ele, nascem de nossos desejos, nós somos o que pensamos e vez em
quando por pensar demais naquilo que existe tão somente no plano das ideias,
denunciamos desejos guardados realizando feitos que massacram a consciência num
dado instante de conservação ideológica de um tempo. Um tempo onde se atende
uma série de convenções para bem rezar suas verdades. E não foi bem isso que
Focault disse? O homem vive a verdade de seu tempo...
De tal maneira, também
pensando, eu mesmo me contesto. Ontem falando sobre Macabéa (postagem anterior)
me veio logo após a nota alguns questionamentos envolto ao comportamento do
nordestino diante dos dragões intelectuais do Sul e Sudeste, aí, imediatamente lembrei
de um folder que circulou esses dias no facebook, onde este dizia “com
preconceito ou não, é o nordeste quem faz a Rede Globo”, ilustrado com fotos de
artistas e obras nossas de maior audiência no canal de televisão.
Ontem também, eu já
falava das muitas Macabéas e Macabeus que ainda hoje transgridem esse sonho
para a realidade entronizada nas múltiplas consciências coexistentes com a dor
de Macabéa, a dor de existir, pois sendo a nossa condição existencial, razão
primária do nosso modo de ser, pensar, falar e agir, nos condiciona a um
comportamento estranho e avesso que muitas vezes reaparece na marra para
lembrar que existimos.
Resta-nos avaliar o porquê
da evidência do Nordeste na mídia e do nosso posicionamento, enquanto
personagens de Clarice, ou não, ante essas evidências. Porque bem mais parece ser o Nordeste a repressão ideológica do país, onde de quando em quando alguém
escreve sobre ele para mostrar o grosso da nossa história. Assim, ele (re)aparece
como um lapso de memória ou como um vilão de uma novela bem escrita, daqueles
que todos pensam que morreu e ele passa no último capítulo numa praia paradisíaca bebendo água de côco.
E se a caricatura é jocosa é apenas por negar, tal qual freudianamente, aquilo que
denunciam as verdades absolutas do nosso Eu, inclusive aos que abaixam a cabeça
ou fingem que não nos veem. Existirmos, a que será que se destina? Já nos
questiona Caetano Veloso, pela grandeza e pequenez de cada ser que habita este
lugar numa passagem de fenomenal correspondência entre aquilo que somos e que gostaríamos
de ser.
os meus 20 anos de boy, that's over baby, Freud explica.
(Zé Ramalho)
Como sempre... Eu curto tudo isso!!
ResponderExcluirSou fã!