Quando o segundo sol chegar para realinhar as órbitas dos planetas, derrubando com ação exemplar o que os astônomos diriam se tratar de um outro cometa... (Cássia Eller)
Todo mundo tem dessas noites que sem dormir sai à
procura de alguma coisa que pareça útil, ou fútil, na Televisão. Ontem vendo o
SBT repórter sobre o fim dos tempos conheci todo tipo de gente. Tem gente que
pensa que não morre por causa de uma tatuagem, tem gente que diz que vai se
embrenhar no mato com kits de sobrevivência quando o mundo se acabar, como se a
mata não fizesse parte do mundo! Gente que estoca comida em casa, como se sua
casa não sofresse nenhum abalo sísmico... Sou de uma geração que acreditou
limitar-se ao Jubileu de Jesus Cristo, que comprou sinos do milênio na Rede TV quando nem
ao menos existiam os profetas de agora, e era provado pelo apocalipse de São
João, era bíblico a data litúrgica para o fim dos tempos, hoje as folhas de
minha Bíblia estão finas de eu passá-las a procura do que me diziam existir
quando criança e não as encontro.
Eu também acho que o fim dos tempo data-se de
outubro avante, não porque teremos cataclismas e erupções, mas se tiver os encaro como fenômenos naturais (desde as glaciações é assim) mas teremos abalos de outra ordem: ideológicos – com certeza! Afinal, é tempo da catraca girar no
mundo da política. E esse mundo funciona mais ou menos assim, você vai as urnas
e “secretamente” digita uns códigos que não necessariamente precisa ser o 666
(os eleitos da religião que passaram ontem no programa) e passa uma espécie de
procuração a uma pessoa que nada mais tem a fazer que te governar e ficar rica.
É claro que nós, cidadãos conscientes, entendidos e engajados na causa sabemos
fazer nossas escolhas para os poderes, e somos responsáveis por nossas escolhas
/num é?/
Ao fim das contas, ou do mundo, tudo se justifica em
nome da democracia para depois, quando o mundo não acabar, se muito apenas cair
(com ou sem Maysa) começar o chororô e as greves. O fato é que você pensa de um
jeito e seu procurador de outro, a miúde o eleito e o eleitor são como água e
óleo depois das urnas apuradas, unificá-los ideológico-financeiramente é como
tentar fazer um casamento judeu e cigano. E para o informe coletivo do ócio
alheio, já tem pré candidatos apertando mãos e distribuindo sorrisos, esses
podem não ser os sinais profetizados pelo João bíblico, mas são com certeza
sinais, gritos de alerta para nas datas previstas (se você não morrer) perguntar se sente
mais saudade da monarquia ou de amontoar lenhas no quintal para o grande final?
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