quarta-feira, 30 de novembro de 2011

♪♫ felicidade, passei no vestibular...

Dizem os filósofos de calçada, inclusive os mais titulados, que uma das formas mais ortodoxas de aparecer é perndurar uma melancia no pescoço. Começo a acreditar nisso como quem acredita na exatidão da pseudo intelectualidade que nos rege, guarda, governa e ilumina.

Chegando na Universidade hoje cedo, fui surpreendido pelo famoso "trote" aquela prática de boas vindas, que dado ao cultivo de hábitos selvagens, os alunos veteranos oferecem aos "feras". Estes por muitas vezes ansiosos com esse dia, um dia para chegar em casa todo "calabreado" (a benção filósofos de calçada) para ser por ao menos um dia o orgulho dos pais ao dizer "meu filho passou no vestibular."

Faço parte de uma minoria, eu sei. Mas continuo profetizando a Academia como alicerce ao saber e o alinhamento dos mais retrógrados métodos de alienação pensante e não como um lugar onde se amarram feito bicho os academicos em seu primeiro dia de aula. Não sei se por no velho Aurélio que enverga o peso dos anos na minha biblioteca, a palavra "recepção" ser-me revelada semanticamente com grande valia, penso então e continuarei pensando diferente dos que fazem "do meu tempo" um espaço capenga de idéias contrárias ao que julgo ser linear, correto e/ou acolhedor.

Certamente permaneci na Velha Guarda idealizando os muros da Faculdade, sonho alimentado por tantos e alcançados por tão poucos, como um espaço que pretendo continuar pensando ser a resistência à ignorância. Quem sabe qualquer dia desses a Velha Guarda, com ou sem o auxílio das Novas Tecnologias, consegue fechar o desfile dessa Escola da Samba. Nunca se sabe...

O que me consola, é saber que em 1917 Fernando Pessoa também pensou assim e proclamou: "Safardanagem intelectual, choldra provinciana, fora! fora! fora!"

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Se a moda pega...

O caso é o seguinte: o atirador da Noruega disparou contra 77 pessoas dia 22 de junho. Agora ele é tido como um doente mental e parece "lógico" que uma pessoa normal não saia disparando atendendo seus "comandos mentais" e a conclusão é que ele é "insano" e precisa ser tratado, talvez perpetuamente. O que para mim não passa de proteção estatal.

A pergunta é: Será que a justiça é falha nos quatro cantos do mundo? Perceba que espécie de pena sofre um sujeito desses: "ser tratado".Quando o Estado deveria se preocupar em tratar a sanidade que restou nas famílias das vítimas. É o mesmo caso do assassino de João Hélio, que ganhou direito até a nova identidade em outro país para refazer sua vida do zero como se nunca tivesse cometido delito nenhum. É uma vergonha!

E se fosse no Brasil? Pensam que seria diferente? Aqui dessas 77 pessoas ele responderia por apenas uma amparado pela Lei do "crime continuado"! É isso mesmo! Psicopatas, serial killer, matadores em séries... Sejam bem vindos ao Brasil, essa pátria é de vocês. Aqui vocês escolhem quantos matar e podem matar de uma vez só (poupa trabalho) que só responderão por um único crime. Com sorte, bons antecedentes e moradia fixa, vocês até respondem em liberdade e vez ou outra poderão serem chamados a um Canal de Televisão para abrilhantarem seus cinco minutos de fama com as mais delirantes e fantasiosas versões que uma mente insana "dependente de tratamento" pode ter.

É muito dificil acreditar num país cheio de Leis que ostenta em sua bandeira o lema "ordem e progresso" quando ainda cantamos com Caetano Veloso "alguma coisa está fora da ordem" e recitamos com Shakespeare que "ha algo de podre no Reino da Dinamarca". Isto, singularizando os atos em nome da poeticidade do homem que enxerga além das aparências.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Assim desabafou comigo um amigo...

Carta ao mestre

A Carlos Magno Viana Fonseca

Estou aqui, me pegando com o que chamam de lembrança, oprimido pelo que denominam saudade. Tentando imaginar o Carlinhos que eu não conheci. O Carlinhos menino, frágil, cheio de medos. Por que o que me vem à cabeça é aquele que eu conheci, aquele homem de personalidade forte, aliás, foi com você que eu aprendi o que é ter personalidade forte.
Fico lembrando quando conheci você, se a memória não me trai no finalzinho de 2009, você não gostava muito ou nem pouco de mim, nós sabemos o motivo. Convenhamos, eu também não gostava muito de você, mas era impossível não sentir admiração, era impossível não querer te imitar, como eu fiz tantas e tantas vezes. Nessa época eu era seu aluno, e me lembro das suas palavras ao final da disciplina: “Eu estava seco pra lhe reprovar, mas você passou bonito”.
Depois as coisas mudaram, ou quem sabe, se esclareceram, foi aí que nasceu, de ambas as partes, um sentimento de amizade. Como eu disse a alguém: “Não éramos grandes, ou mesmo bons amigos, mas gostávamos de conversar um com o outro”. Lembro-me de cada discussão; das conversas jogadas fora via MSN; das repreensões, estas que eu acolhia quando achava conveniente; me lembro das risadas; da descontração; de quando você tomou Montilla e eu acompanhei com Pepsi; me lembro dos conselhos; lembro de quando você me chamava de amigo; lembro dos três apelidos, o primeiro não era tão legal, mas foi você que deu; me lembro de quando você me acusou, mas também lembro de quando você me defendeu; lembro das vezes que brincou e das vezes que falou sério; lembro das vezes que se decepcionou e das vezes que se orgulhou de mim. Eu me lembro de tudo, Carlinhos!
Eu só não podia imaginar que a dor da partida viria tão cedo. Não podia imaginar que seria hoje o dia que eu derramaria todas as lágrimas possíveis, por você. Eu não tinha noção de que seria hoje que o meu coração estaria com esse nó.
Hoje, subindo aquela serra, lembrei-me da última vez que estive lá, foi em sua companhia e também de outras pessoas queridas. Desta vez, subi sem você, sem sua alegria contagiante, mas você era o motivo de eu estar lá, as pessoas queridas também estavam, não todas que estiveram da última vez, mas eram muitas. Eu até quis procurar você, mas lembrei de que não te encontraria em outro lugar, senão na minha lembrança, apesar de você está em todos os lugares que olho. Você se foi cedo demais, arrisco-me em dizer isso, apesar da ciência de poder estar errado. Quem somos nós para dizer que é cedo ou tarde?
Não se esqueça de que algo eu sempre guardarei. Todos os momentos que estivemos perto, ou longe e perto vão ficar trancados em uma caixa chamada saudade. Vai ficar também a dor da lembrança, mas, sobretudo, os ensinamentos, os sorrisos, as tramas, as conversas, os conselhos, tudo vai ficar comigo. Você hoje é a minha motivação e exemplo para aquilo que decidi seguir. Carlos Magno, “aquele abraço”!

Do amigo, Netanias Mateus de Souza Castro.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Não há disfarce que disfarce a sua falta...

Com as nossas mãos, limpamos as nossas lágrimas e as lágrimas alheias... (Monólogo das Mãos)
FOTO: ACERVO PESSOAL

Da escada ouço passos de botas iguais às minhas, em cada degrau um nome anunciando chegada: meu irmão, meu nobre, minha majestade, minha realeza, meu general, meu juiz, meu capitão! Era assim que Carlos Magno adentrava em minha casa, que ele costumava dizer ser mais sua que minha. Na sala, um quadro, lembrança dos meus 25 anos com um singelo escrito “um amigo, um irmão.” Irmão por adoção. Lembro-me e lembro-me muito bem na noite de tempos idos quando estava eu, com Elba Ramalho, assistindo um especial de Nara Leão, momentos antes de um show em Natal e meu telefone vibrou. Eram duas mensagens. Numa estava escrito “eu sempre quis ter um irmão, a biologia me negou isso, a vida me ofereceu você.” Na outra, chegada minutos depois “ aceita este cargo?” e assim oficializou-se a minha irmandade com Carlos Magno, pessoa de gênio forte, personalidade rascante, aparentemente antipático e arrogante. Mas que na coxia não passava de um meninão, dependente de tudo e de todos, inclusive de mim. Na cozinha, um prato sujo de comida e um copo melado de wisk, na varanda altas e sonoras gargalhadas que o faziam perceber-se ao longe. No quarto, um cheiro insuportável de cigarro que eu já nem detesto. Na vitrola... Na vitrola alguns discos arranhados que fazem da trilha sonora de nossas vidas um requintado e sofisticado esboço de canção na voz dos melhores. Na estante: livros. Devorador! Em cada canto da casa uma lembrança, em cada escaninho da alma uma dor irreparável que só o tempo será capaz de amenizar, mas jamais explicar.
FOTO: ACERVO PESSOAL

Em pouco mais de dois anos, eu vivi situações drásticas, situações que fogem todas as lógicas possíveis e impossíveis. Duas vezes, nesse curto espaço de tempo a morte me humilhou implacavelmente. Sim! Ela nos humilha, nos limita e arrasa, mostrando que não somos nada. Já nos canta o poeta Gonzaguinha “há quem fale que a vida da gente é um nada no mundo, é uma gota num tempo que nem dá um segundo, há quem fale que é um divino mistério profundo, é o sopro do criador, numa atitude repleta de amor.” Aprendi a conviver com a morte de forma serena, a minha religião me ensinou a ser assim e a esta ela devo lições que nenhum título supera. Mas não aprendi a conviver (nem quero) com a maldade que existe nos corações das pessoas. Pessoas que nem ao menos podem ser chamadas de gente, se muito, o substrato de um ser humano; porque o que dói mais nessa triste e inacreditável realidade, não é o desencarne em si do meu amigo/irmão, mas a bruta e covarde forma com que lhes foi tirada a vida. Esse crime foi de um requinte maquiavélico indescritível e irreparável. Aonde iremos parar com tanta violência? Será que em lugar nenhum estamos seguros? Voltamos a Idade Média sem registros aparentes? Tanta gente ruim no mundo, tantos bandidos impunes e nenhum desses merece um fim trágico assim, mas a vida vem mostrar que é possível e real logo bem perto da gente! É só para nos humilhar ainda mais?

Resistimos tanto, mas tanto, tanto a acreditar nessas coisas que não sei como nem porque estou escrevendo o que por hora só sei sentir. Não há no mundo palavra (dita ou escrita) que traduza este momento. Somente agradeço muito ao apoio dos amigos, de longe e de perto, que se humanizaram comigo de maneira simbólica a me fazer crer em algum sentido frente à hoje. 

Com pesar, lágrimas e saudade até do que poderia ter sido.
Aquele Abraço.

RELEMBRE A PASSAGEM DE CARLOS MAGNO PELO BLOG
TEXTO 1 - CLIQUE AQUI
TEXTO 2 - CLIQUE AQUI 
"...porque você não é só meu melhor amigo, mas o único que tenho."

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

E lá na Gincana Ecológica...

Conforme havia postado em edição anterior, estaria hoje na Praça de Eventos Nossa Senhora da Conceição para a análise dos trabalhos ecológicos-educativos das escolas do município. Nós que trabalhamos diretamente com a Educação, sabemos o quanto atividades como esta de incentivo a formação social são importantes. Sendo pois, através de mecanismos lúdicos extra classe que podemos apreciar a capacidade ímpar e ilimitada de nossos alunos. As premiações, meramente simbólicas, foram por ordem categóricas de júri, o que em tempo algum desmerece o trabalho de nenhuma Escola. Todas estão de parabéns (dos estandes expositores às apresentações). Agradeço a cordialidade e receptividade da Equipe que tão bem me recebeu e aos demais membros da mesa com os quais tive o prazer de comungar na noite de hoje. E só para desconectar um instante do texto, proclamo que nunca tomei tanta água de côco (risos). Abaixo alguns momentos com pessoas que me apraz.
 Com Emília Suzana, pessoa a quem devoto um excesso de estima.
 Com Lívia Lemmertz, amiga de muitos anos e colega do colegial à faculdade
 Com Lúcia Pessoa, minha mãe acadêmica
 Com Israel Vianey, amigo de longa data que hoje me cedeu o privilégio de conectar numa parceri direta com este, seu renomado Blog antropologicamente apreciável aos meus prazeres culturais.

A todos vocês, meu cordial abraço renovando as felicitações pelo evento e reencontro.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Com o CLANDESTINO em mãos...

... porque a sensação táctea com papel é indescritível e faz da versão impressa um bocado mais emocionante. Para Mário Gerson, Aridiana Dantas e os poetas da nova geração que abrilhantam esse jornal. Nessa edição (novembro/dezembro) com um texto meu.

O analista ou o travesseiro?


Ah, se já perdemos a noção da hora
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir

Ah, se ao te conhecer
Dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir

Se nós nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir

Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu

Como, se na desordem do armário embutido
Meu paletó enlaça o teu vestido
E o meu sapato inda pisa no teu

Como? se nos amamos feito dois pagãos
Teus seios ainda estão nas minhas mãos
Me explica com que cara eu vou sair

Não, acho que estás te fazendo de tonta
Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir.

A canção é do grande mestre Chico Buarque de Holanda (Eu te amo) já foi gravada por Zizi Possi, Fafá de Belém... E como não fui agraciado com uma voz digna de interpretá-la, ao amanhecer ouvindo-a, resolvi então lutar com as armas que tenho: analisando-a. embora eu saiba, que ninguém sou para analisar Chico Buarque, vamos brincar então de interpretar a letra.
Uma das formas mais louváveis que pode haver num artista é saber dizer aquilo que sente através da palavra. A palavra, me ensinaram os grandes, é a maior expressão da natureza de seu autor e sendo-a então, maior é a que melhor pode traduzir os nossos sentimentos, sejam eles de que natureza se apresentem diante das letras.

Falar através de metáforas, de parabólas e comparações, é uma arte muito antiga, Jesus Cristo sempre falou aos seus através de metáforas para melhor compreendermos o sentido de suas lições, e sem necessariamente escrever uma única linha, foi transladado pelos séculos afora  como o maior orador que já habitou este planeta.

A metáfora vem do grego (metaphorá) que quer dizer transporte, uma das figuras metafóricas mais interessantes de se ler é a metonímia, que aprendi quando ainda cursava o colegial. Significa usar uma parte em favor do todo. Entenderam? Não? é mais ou menos assim: eu falo de um todo, usando apenas parte desse todo, seria como generalizar, pluralizar um feito, fato ou ato, argumentando através de um único feito, fato ou ato. É o que Chico faz com essa canção. Metaforicamente, ele usa elementos como partes do corpo, para se referir aos donos dos corpos, o que faz dessa canção quase um conto erótico.

Vejamos, quando ele usa palavras como pernas, seios, mãos, cara e olhos, nada mais é que o uso de um recurso metonímico para representar (veja bem, representar!) sensações humanas. Junto à isso, ele utiliza (quase sem rimas) palavras como paletó, vestido e sapato, para através destas alegar que o casal (sujeito composto e indeterminado da oração) não se separe. 

Como podemos ver, a arte de brincar com as palavras é algo muito grande, muito poderoso, pois através destas é que formamos sentidos ao que ouvimos e lemos. Vocês já tinham analisado essa canção? Não? pois cuidado para não se contaminarem com o que escrevi (risos).

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Tudo certo como dois e dois são cinco.

As políticas públicas de nosso país andam mesmo igual à cantiga da perua, de pior a pior. De uns tempos pra cá se discute a política de divisão do Estado do Pará (ainda vigente). Agora já não querem dividir em Carajás e Tapajós, apenas. Mas em três! Isso mesmo, a descabida proposta de divisão nem foi votada ainda e já tramita uma refacção dessa divisão. Ou seja, querem outra fatia do bolo, pois sendo eleito o projeto de divisão que deverá ser votado dia 11 de dezembro, o Estado deverá ser passado na guilhotina uma vez mais, agora para acrescer a Tapajós e Carajás, o Marajó (que já é uma ilha). Imaginem aí... 

Argumentar pela territorialidade geográfica como andam fazendo políticos e afins é uma medida chula. Parece mesmo é que estão com saudades do Governo Ernesto Geisel que em 1977 dividiu o Estado do Mato Grosso. A única face positiva disso tudo, é que mesmo sendo aprovado no senado, o que nada em mim espanta, a despropositada idéia de divisão só será acatada se eleita por maioria de votos num plebiscito popular.

Mais Estados quer dizer mais governantes, mais deputados, mais prefeitos, mais vereadores: mais ladrões. Ainda que diferente de mim andem dizendo por aí que é uma forma de aproximar o povo do governo, haja vista que o Estado seria menor, evitando assim os desvios de verbas e outras falcatruas; eu continuo a dizer que o problema não é o tamanho do Estado, mas a má administração.

Em 1985 Bráulio Tavares satirizou a divisão do Nordeste (Nordeste Independente) e foi censurado pela Ditadura Militar. A proposta do cancioneiro é ainda hoje, 25 anos depois, um devaneio saudável e cabível às mentes de quem conhece e/ou vive a realidade da região. Basta ouvir a canção e ter certeza disto! O que em muito se difere da divisão do Pará, pois dizer amém a esta idéia é dizer amém ao poder imperialista do governo sobre nós (nós, não porque seja eu paraense, mas por me irmanar aos filhos da terra). 

O que é isso gente! Pior que esta, só a demolição das Cocheiras Imperiais da Quinta da Boa Vista no Rio de Janeiro, para construção de estacionamentos para a copa. Como diz Gloria Perez “ainda bem que só temos 500 anos de História, com essa mentalidade, se o Taj Mahal fosse aqui já teria sido derrubado!” Credo!!!

domingo, 13 de novembro de 2011

A família de Mirely pede ajuda...

Thamires Mirely tem 3 anos de idade e está desaparecida desde a última quinta (10/11). Isso não é comum em Pau dos Ferros! A família de Mirely pede ajuda e disponibiliza os contatos: (84)88897957 / 88247113 99704547 / 96714673.

sábado, 12 de novembro de 2011

A hecatombe do pseudo-amor entre os homens...


O menino tinha tomado a frente da menina por uns instantes enquanto copiava a lição no quadro. Quando me virei, dei de cara com a mesma menina que esbofeteara o menino, agora agarrando-o pelo pescoço com a sagacidade de uma tigresa de unhas negras; o menino com meio palmo de língua de fora quase nada conseguiu dizer antes de ser socorrido e prontamente justificado.

Ao questionar a menina, da pergunta ao ato circunstancial por então presenciado, obtive em som maior a seca resposta “porque eu quero, eu sou assim mesmo.” Lembrei-me então, da lenda do escorpião que ferrou o sapo por excesso de psicopatia e esbocei sobre esta um olhar desafiador de ordem no singular. E os panos se fecharam no fim do ato.

Todos os dias testemunhamos cenas de violência em pequena, média e grande escala, sejam a olho nu ou pelos esquadros das telas de comunicação. O fato, é que nem mesmo nossos olhos, nem tampouco nenhum dos nossos sentidos se acostumaram a ver com resignação o que por vezes desafia até a natureza televisiva de um autor de novelas ou simplesmente de textos mequetrefes como este. 

O que será que gera tanta violência diante de nossos olhos? Que força estranha é esta que dá poder aos vassalos e suseranos em ordem de batalha? Ao final da fábula do escorpião, por aqui lembrar, ele dizia fazer parte de sua natureza ser mal. Será que as pessoas tornaram-se más por natureza e nós continuamos resistindo nisso crer? Não sei bem onde, nem quando ou porque, só sei que a ordem foi reversa e os tiros foram disparados quando jamais imaginamos portarem as armas. 

As maldades que permeiam o nosso dia a dia emoldurando as personalidades que nos rodeiam são as mais fortes e visíveis a olho nu. Certa vez Goethe disse que mal entendidos e negligências causam mais mal ao mundo que a maldade humana. Não sei se ele desacreditava no mal que existe nas pessoas ou se poeticamente chamava o mal de “mal entendido” e “negligência”, que por uma questão de ordem semântica para mim dá no mesmo. Mas o fato, é que ele sabia a quem atribuir à normativa responsabilidade social das mazelas existentes. E o mal, sendo compreendido em todos os casos, como um escape à inferioridade e à infelicidade dos incapazes de amar (nem que seja no instante de sua prática) finaliza as ortodoxas conclusões há que chegaram nossos ancestrais que mais felizes que nós, acreditaram haver um demônio poderoso que comandava o mal e uma legião de demoniozinhos responsáveis por sacipererizarem (com licença, criei a palavra) o nosso dia a dia. 

Ninguém está imune ao mal, nem mesmo esse projeto de escritor, mas a consciência de sua prática domestica os instintos selvagens que vez por outra afloram em nossa personalidade. Seria então mais cômico e menos trágico, ouvir no balanço de uma rede os Demônios da Garoa cantando o Trem das 11, enquanto os sacis azedavam o leite ou tentavam enforcar alguém nas nossas costas, combatendo-os a exemplo de Brecht que um dia escreveu “Escapei dos tigres, alimentei os percevejos.” Mostrando para nós mesmos a vulnerabilidade da falsa socialização que tramita nas valências da antropologia pós moderna.

Que esta, hoje, sirva somente para alertarem os homens de bem, que escapam dos ataques terroristas, das bombas nucleares, dos genocídios e cataclismas físicos e morais a não se ludibriarem com essa maldade mixuruca e capenga que nos entorpece e devora vagarosamente como um lento veneno que faz o sujeito desacreditar em si mesmo ao ler Lindolf Bell conjurar “Eu manterei meu ódio à hecatombe do pseudo-amor entre os homens e manterei meu ódio aos fabricantes de neuroses da paz, mas eu farei exceções a todos aqueles que souberem amar.”

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Tomara que não morra na praia...

Desde que os alunos se entenderam em terem mais direitos que deveres, e por assim as nossas leis os favorecerem, deixamos de lecionar tendo como plano de fundo o quadro negro e passamos a dar nossas aulas frente ao cais negro.

Meu ofício jamais me incomodou, mas de uns tempos pra cá tem me causado um certo destempero à despeito da falta de respeito e negligência aos quase nenhum direito que nos resta. Ha um tempo atrás, não muito, o professor era uma das figuras mais respeitadas (somente não pelo Estado), hoje ele é um mamulengo nas mãos do governo e dos alunos, que munidos de direitos dão-se o poder de pintar e bordar. O fato é que dar aula hoje, é uma tarefa árdua. Quando muito consigo chegar  metade de um plano de aula.

Quem nos escreve é a professora Socorro Maia (UERN -CAMEAM) e pede divulgação da boa nova:

Projeto de Lei 267/11 - A Câmara dos Deputados analisa o Projeto de Lei 267/11, da deputada Cida Borghetti (PP-PR), que estabelece punições para estudantes que desrespeitarem professores ou violarem regras éticas e de comportamento de instituições de ensino. Em caso de descumprimento, o estudante infrator ficará sujeito a suspensão e, na hipótese de reincidência grave, encaminhamento à autoridade judiciária competente .

A proposta muda o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90) para incluir o respeito aos códigos de ética e de conduta como responsabilidade e dever da criança e do adolescente na condição de estudante.

De acordo com a autora, a indisciplina em sala de aula tornou-se algo rotineiro nas escolas brasileiras e o número de casos de violência contra professores aumenta assustadoramente. Ela diz que, além dos episódios de violência física contra os educadores, há casos de agressões verbais, que, em muitos casos, acabam sem punição.

O projeto, que tramita em caráter conclusivo, será analisado pelas comissões de Seguridade Social e Família; de Educação e Cultura; e de Constituição e Justiça e de Cidadania


Fonte: http://primasfalando.blogspot.com/2011/04/camara-analisa-projeto-de-lei-que-pune.html

O projeto na íntegra está no seguinte link: http://www.blogfalandofrancamente.com/2011/08/na-integra-o-projeto-de-lei-que.html

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Gincana Ecológica Ambiental

Para a semana, recebi da Prefeitura Municipal de Pau dos Ferros em parceria com a Secretaria Municipal de Meio ambiente, Urbanismo e Turismo, um convite para compor a mesa julgadora de uma Gincana Ecológica Ambiental que acontecerá no próximo 17/11 a partir das 18h na Praça de Eventos Nossa Senhora da Conceição. Desde já, agradeço o convite e confirmo presença.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Para minha pequena Dorothy

Querida Dorothy;

Hoje mais cedo alguém me procurou. Alguém carregado de sonhos, presságios e inquietude, ele estava um pouco enciumado, mas nem tanto a ponto de contaminar o recado que me trouxe. Bateu a minha porta por volta das 15:30 um amigo seu, e meu também, ele trazia numa sacolinha ambiental reciclável de saco de estopa, um estojo que continha sua história. Ao me entregar, um pouco cabisbaixo com os olhos vertendo um pouco de ciúmes, senti que ele temeu perder o espaço Real a que lhes desposei em tempos idos. Ele apenas me disse: “Não deixe de conhecer isto, uma amiga que caminhou por um bom tempo a procura de casa, leu no paraíso além do Arco-Íris a carta que me enviou e pediu que lhes contasse sua história, porque ela também queria devia ser lida por todas as pessoas que não mataram o anjo que por muito nasceu em cada um de nós.” 

Confesso que não entendi quase nada, recolhi a sacolinha, percebi que não dispunha de muito tempo para cumprir com honrarias e glórias a tarefa a qual respeitosamente teria de executar. Em algum lugar estava escrito que aquele estojo sairia de meu poder em menos de 24 horas como num passe de mágicas e dele restar-me-ia apenas, e nada mais além, que a magia e o encantamento pelos quais ela mesma teria enfeitiçado com tonalidades amarelas, iguais as do caminho de pedras amarelas. 

Ao cumprimento de minhas saudações reais, nossa pequenina majestade retirou-se apanhando o primeiro raio que lhe alcançou o pequeno braço envolto de puro linho belga dizendo que não mais poderia tardar-se, ainda haveria de revolver alguns vulcões e talvez, pelo que não me verbalizou, sua pequena rosa pudesse enciumar-se de sua ausência no longínquo B612. Ao sair, ele disse-me com os olhos marejados que voltaria, e eu sei que volta. Ele sempre volta, ele nunca morre...

Por um instante retive a sacolinha ao peito, afagando o precioso material que ali continha. Ao retirar o estojo, senti um espasmo cortante e pude num súbito instante ver que o azul do céu era quase amarelo, igual ao do caminho das pedras amarelas. Logo, entendi que as tonalidades e cores adéquam-se sempre ao que se dispõe a ver nossos olhos. Quando felizes ou entristecidos, são sempre capazes de ver além do Arco-Íris, se assim desejarmos e batermos três vezes com os calcanhares no exato instante da realização do que projetam os nossos pensamentos.

Quando finalmente abri o estojo, cai em sono profundo e senti que adormecia como se tivesse devorado uma maçã envenenada. Contudo, não estava à espera de príncipe ou princesa, essa alegoria mental fazia parte do encantamento a qual estive eu, e estará qualquer pessoa que abrir este estojo. Qualquer pessoa que não seja grande o bastante para ainda conseguir ver carneirinhos em caixas, talvez por isso o Pequeno Príncipe me entregou a encomenda com um pouco de ciúmes... Sabe Dorothy, será que ele teme que goste mais de você que dele? Ele deve ser muito bobinho mesmo, mas quem não é? Porque será que tememos ser substituídos ou perdidos em algum lugar, ainda que nas trilhas da estrada amarela, quando você já não nos ensinou que isso não é possível?! Não sei, mas me pego a pensar nisso, como quando você pensou não conseguir voltar para o Kansas... O fato, é que você só precisava descobrir sozinha que era capaz. Mas confesse, para mim e para o mundo a que lhe apresento: foi bem mais encantador descobrir com a ajuda dos amigos que você garimpou na estrada das pedras amarelas, não foi? Ah, eu sabia... E eu não vou esquecer, é por isso que estou aqui registrando gratuitamente, no afã daquele ensinamento que nos diz para de graça dar, o que de graça recebemos.

Por falar em amigos, os seus eram bem reais não é mesmo? Tia Em não entende que não foi um sonho, mas nós sabemos que não foi. Você os viu, não viu? Tudo bem que eles estavam um pouco diferentes, mas tudo além do Arco-Íris deve ser um bocado diferente, lá tem cores, aqui não tem; lá tem sonhos, aqui temos presságios; lá tem flores, aqui temos cravos... Acho até que é por isso que vivemos em busca dessa estrada amarela, tentando ver o céu amarelo, o sol amarelo, o ar... Eu sei também, que para além dos que acham que isso é só um sonho, há ainda os que zombam. Mas estes, coitados, encontram-se nas periferias dos caracóis das estradas e não conseguem ver a estrada amarela. Tenhamos apenas pena deles, nada além, eles tem mesmo é que descobrirem sozinhos.

E pensar nos seus amigos, me faz olhar no espelho que refletem os nossos. Veja bem, pequena Dorothy. Quem de nós um dia iria imaginar que haveria um Espantalho sem cérebro, um Homem de Lata sem coração e um Leão covarde? Confundimo-nos tanto nas águas da ignorância que não ponderamos bem o que representa, nos dias de hoje, inteligência, sentimentos e coragem. Bem que o mágico lhes falou não foi?! Lembro-me bem dessa parte, eu estava dormindo, mas não estava sonhando. Gravei para sempre o quando ele disse ao Espantalho: “mas qualquer um pode ter um cérebro. É algo muito comum. Qualquer criatura que rasteje sobre a terra ou que sai pelos mares viscosos tem um cérebro! Mas de onde eu venho, temos universidades onde ensinam muitas coisas, e os homens se tornam grandes pensadores e quando se formam tem pensamentos profundos sem terem mais cérebro que você. Mas eles têm uma coisa que você não tem: um diploma!” Dito isto, o mágico deu ao Espantalho um diploma, para que este lhes confira intelectualidade e racionalidade tornando-o um ser pensante. Entende querida Dorothy? Como eu também não vivo além do Arco-Íris, sou desse mundo, por isso, tenho certeza, mais uma vez o meu, digo... o nosso, amigo Pequeno Príncipe veio me revelar você. O que me preocupa, é se o Espantalho continuará a ser essa pessoa simples, pura e virtuosa, ele foi seu primeiro amigo na estrada amarela. Lembra? Preocupo-me, porque já perdi bons amigos nessas universidades a que se refere o grande mágico de Oz, para essa pseudo intelectualidade que eles falsamente ostentam em seus beneméritos títulos, falsamente conferidos por um grau mais falso ainda de sabedoria ou inteligência, quando muitos, aliás, todos a tem. O que disse pequena Dorothy? Eu não os perdi? Não, não... de fato, eles nunca foram meus, assim como seus títulos não são seus... Espero que eles não descubram isso tarde demais. Espero que descubram a tempo de não assassinarem o anjo que existe em seus corações para saberem que somos todos iguais, todos inteligentes.

Ao Leão covarde, o mágico disse: “meu amigo, você é vitima de um pensamento errado, infelizmente sofre com a triste ilusão de que só porque não tem coragem acaba fugindo do perigo. Você confunde coragem com sabedoria. De onde eu venho, há homens chamados de heróis. Uma vez por ano, eles reúnem suas forças escondidas e desfilam pelas ruas principais da cidade e eles não são mais corajosos que você. Mas eles tem uma coisa que você não tem...” Dito isto, o mágico presenteou o Leão que agora não mais seria covarde com uma medalha lhe conferindo o título de bravura. Quantas pesoas  vestem-se de leão e são mais covardes que um rato? Se escondem por trás de um uniforme ou de uma medalha, porque isto lhes confere poder? Aqui, pequena Dorothy, muitas há. E lhe digo mais, a grande diferença entre essas pessoas e o espelho, é que elas falam sem refletir, quando este reflete sem falar. E você ainda me pergunta no mundo se é mais inteligente o livro ou sabedoria pequena Dorothy? Estás ouvindo muito Marisa Monte, pelo visto você não mudou... O espelho me disse!

Ao amigo Homem de Lata que tanto queria um coração, o mágico lhe disse: “Não sabe o quanto é sortudo por não o tê-lo! Corações só vão ser práticos quando não puderem ser partidos. De onde venho, existem homens que só praticam o bem, o dia todo, eles são chamados de benfeitores, mas o coração deles não é maior que o seu. Mas eles tem uma coisa que você não tem: condecoração!” em consideração a bondade do Homem de Lata, o mágico lhe deu um coração que bate e lhes acrescentou: “Lembre-se meu amigo, um coração não é julgado pelo quanto você ama, mas pelo quanto és amado pelos outros.” Isso é muito forte e profundo não é pequena Dorothy? Acredito que só mesmo com muita inteligência e coragem podemos entender o valor dos sentimentos, o quanto vale ter um coração. Tem pessoas que se envaidecem por coisas pequenas esquecendo que mais importante que ter um coração é saber botá-lo para funcionar em favor do bem. Você lembra que o Homem de Lata chorava todo tempo e que você, o Espantalho e o Leão eram quem enxugavam suas lágrimas para não o enferrujarem? É isto que vale pequenina amiga. Quando você menos esperar não serás avaliada pela vassoura que levou ao mágico, nem pelos sapatos que herdou da bruxa má do leste, mas pelas lágrimas que enxugou, pelo bem que praticou, pelo coração que bateu mais forte em nome da coragem e à favor da inteligência. Acho que vocês são completos, eu até queria ter amigos assim: inteligentes, nobres, bondosos... Psiu, vamos falar mais baixo, senão o pequeno príncipe pode nos ouvir. Nunca se sabe quando ele vai aparecer. Sempre que penso ter crescido, ele desce no primeiro cometa que laça e vem me lembrar que ainda sou muito pequeno para entender as coisas desse mundo. E isso é bem verdade querida Dorothy, mas sei que não estou sozinho, vocês estão sempre comigo, maravilhando a fantasia de proclamar as maiores verdades atemporais para todas as gerações que não cessaram em busca da felicidade.

Fiquei muito feliz em te conhecer e poder com você fazer esta maravilhosa viagem pela estrada de pedras amarelas, lá para além do Arco-Íris, e nela poder encontrar bem mais que um pote de ouro, porque o ouro, sendo um metal nos limita. Precisamos entender é que somos feito do fogo, da terra, da água e do ar como bem cantou um cara que por aqui passou, com certeza ele conheceu você. E olha que graça, você continua jovem, igual à mim, ao pequeno príncipe e a pouquíssimas pessoas que escolheram esquecer de crescer para não corromper nossa inteligência, coragem e amor com do protótipo mundo que nos cerca, afim de seguirmos cantando: 

♪♫ Eu vejo a vida melhor no futuro
Eu vejo isso por cima de um muro de hipocrisia que insiste em nos rodear...
Eu vejo a vida mais clara e farta, repleta de toda satisfação
Que se tem direito, do firmamento ao chão
Eu quero crer no amor numa boa
Que isso valha pra qualquer pessoa
Que realizar a força que tem uma paixão
Eu vejo um novo começo de era
De gente fina, elegante e sincera
Com habilidade pra dizer mais sim do que não
Hoje o tempo voa amor
Escorre pelas mãos
Mesmo sem se sentir
Não há tempo que volte amor
Vamos viver tudo que há pra viver
Vamos nos permitir... ♪♫

domingo, 6 de novembro de 2011

Um dia você aprende que...

Relacionamento é igual a Salve Rainha. No início é só vida, doçura, esperança nossa, salve... No final é só gemendo e chorando num vale de lágrimas.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Elba Ramalho canta 'a vida da gente'

Certa vez, quando ainda morava na Paraíba, lá em Conceição do Piancó, onde o sol calcina a terra, Elba Ramalho munida de sonhos na bagagem disse "um dia eu vou gravar uma música de Chico Buarque."

Os anos passaram e logo ela chegou às mãos de Chico, que lhe fez um convite para integrar o musical A Ópera do Malandro com Marieta Severo e depois de interpretar O Meu Amor em dueto para o espetáculo, gravou também a belíssima canção Palavra de Mulher. Essa canção, ganhou VIDA com a interpretação rascante de Elba, é algo místico, intransferívelmente particular. Nenhuma outra cantora (e todas adoram cantar Chico) consegue interpretá-la com a excelência Ramalha de Elba.

Hoje, a cantriz paraibana, popularmente brasileira, querida por mim e por todos tem mais de 30 anos de carreira e pode olhar para tras e dizer: eu não apenas gravei Chico Buarque, mas eu fiz escola com Chico Buarque.

A nova novela da Rede Globo, com uma trilha sonora especial para ela, dispõe em seu repertório uma canção de Chico na voz de veludo de Elba - Todo Sentimento. Uma canção belíssima que Maria Bethânia também gravou ha alguns anos. Especula-se agora, que mesmo com um disco de forró pronto, ela prepara um CD em homenagem ao mestre da palavra. Vamos esperar, Elba é uma usina de idéias, ou melhor, de ações, porque ela promete e faz. Eis uma das maiores virtudes de um artista que respeita seu público.

Confesso que ao saber da notícia, não aplaudi no ato, isto porque sempre vi Elba com um olhar singular, por ela ter um estilo único de fazer música, de cantar 'a vida da gente' (literalmente) de modo que Chico, foi muito homenageado nos aniversários de carreira das cantoras; recentemente Fafá de Belém gravou Tanto Mar, todo cantando Chico, Gal já gravou um disco só com Chico e Caetano, Bethânia foi quem mais até hoje o cantou... De repente, não mais que de repente vi Elba numa onda clichê (mesmo que Chico nunca torne-se clichê). Mas foi uma impressão errada, ela tem mais é que se dedicar e fazer o que gosta, afinal, Chico tem a alma feminina e as mulheres dos vocais não podem, nem devem, ser indiferente à quem melhor traduz em letra e melodia aquilo que sentimos. Todo sentimento....♪♫