Dizem os filósofos de calçada, inclusive os mais titulados, que uma das formas mais ortodoxas de aparecer é perndurar uma melancia no pescoço. Começo a acreditar nisso como quem acredita na exatidão da pseudo intelectualidade que nos rege, guarda, governa e ilumina.
Chegando na Universidade hoje cedo, fui surpreendido pelo famoso "trote" aquela prática de boas vindas, que dado ao cultivo de hábitos selvagens, os alunos veteranos oferecem aos "feras". Estes por muitas vezes ansiosos com esse dia, um dia para chegar em casa todo "calabreado" (a benção filósofos de calçada) para ser por ao menos um dia o orgulho dos pais ao dizer "meu filho passou no vestibular."
Faço parte de uma minoria, eu sei. Mas continuo profetizando a Academia como alicerce ao saber e o alinhamento dos mais retrógrados métodos de alienação pensante e não como um lugar onde se amarram feito bicho os academicos em seu primeiro dia de aula. Não sei se por no velho Aurélio que enverga o peso dos anos na minha biblioteca, a palavra "recepção" ser-me revelada semanticamente com grande valia, penso então e continuarei pensando diferente dos que fazem "do meu tempo" um espaço capenga de idéias contrárias ao que julgo ser linear, correto e/ou acolhedor.
Certamente permaneci na Velha Guarda idealizando os muros da Faculdade, sonho alimentado por tantos e alcançados por tão poucos, como um espaço que pretendo continuar pensando ser a resistência à ignorância. Quem sabe qualquer dia desses a Velha Guarda, com ou sem o auxílio das Novas Tecnologias, consegue fechar o desfile dessa Escola da Samba. Nunca se sabe...
O que me consola, é saber que em 1917 Fernando Pessoa também pensou assim e proclamou: "Safardanagem intelectual, choldra provinciana, fora! fora! fora!"
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