sábado, 28 de julho de 2012

Um encontro com Deus

À convite da amiga Maria Neta, fui hoje conhecer um grupo de jovens na Igreja Assembléia de Deus aqui em Pau dos Ferros, a União da Mocidade da Assembléia de Deus em Pau dos Ferros - UMADEP. Foi uma noite muito agradável em companhia do pregador Sandro Sinésio e uma legião de ex alunos que me receberam muito bem. Muito bonito o trabalho desses jovens. Deus abençõe.

Onde estão essas mulheres?

Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Vivem pros seus maridos
Orgulho e raça de Atenas


Quando amadas, se perfumam
Se banham com leite, se arrumam
Suas melenas
Quando fustigadas não choram
Se ajoelham, pedem imploram
Mais duras penas; cadenas


Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Sofrem pros seus maridos
Poder e força de Atenas


Quando eles embarcam soldados
Elas tecem longos bordados
Mil quarentenas
E quando eles voltam, sedentos
Querem arrancar, violentos
Carícias plenas, obscenas


Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Despem-se pros maridos
Bravos guerreiros de Atenas


Quando eles se entopem de vinho
Costumam buscar um carinho
De outras falenas
Mas no fim da noite, aos pedaços
Quase sempre voltam pros braços
De suas pequenas, Helenas


Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Geram pros seus maridos
Os novos filhos de Atenas


Elas não têm gosto ou vontade,
Nem defeito, nem qualidade
Têm medo apenas
Não tem sonhos, só tem presságios
O seu homem, mares, naufrágios
Lindas sirenas, morenas


Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Temem por seus maridos
Heróis e amantes de Atenas


As jovens viúvas marcadas
E as gestantes abandonadas
Não fazem cenas
Vestem-se de negro, se encolhem
Se conformam e se recolhem
Às suas novenas
Serenas


Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Secam por seus maridos
Orgulho e raça de Atenas


(Chico Buarque de Holanda)

terça-feira, 24 de julho de 2012

Olha nossa intérprete ai gente...

Sidy Guilmore, a nossa intérprete da cigana Walquiria. Que beleza!
Em breve o lançamento da novela, onde tudo termina em dança.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Feliz dia do Amigo...

O homem do nosso tempo, dado ao cultivo de práticas memoráveis, calendarizou datas à serem celebradas com mais força em determinados dias. Dia do amigo, para mim é todos os dias, porque amigo de verdade, é aquele que se faz presente até na ausência, em todos os instantes, é aquele te liga mesmo sabendo que você não pode ir, é aquele que sorri e chora com você e por você. Registro minha homenagem aos meus amigos (sem citar nomes, porque ao ler isso eles saberão à quem me refiro), mas rendo homenagem especialmente a duas pessoas que fazem parte de minha história e hoje moram no plano invisivel aos meus olhos, mas não ao meu coração. Obrigado por cada instante que com vocês vivi: Ranielle e Carlos Magno
.
"A felicidade é o objetivo de todos, mas nem todos percebem que ela é feita de poucos momentos. Aproveite bastante seus momentos de felicidade e esbange para os outros (...) tem pessoas que vale a pena conhecer, você valeu a galinha toda."

Mensagem de Ranielle deixada para mim nas páginas de meu caderno.

"A benção Júnior, amigo-irmão escolhido, nunca se recusou a me ouvir, conversas regadas a cervejas, a vinho, ou a wisky, dramas ou comédias, sempre lá, único na espécie, talvez não o único porque exista eu."

Mensagem de Carlos Magno deixada para mim nos agradecimentos oficias de sua tese de doutorado.



♪♫ Amigo é coisa para se guardar
Debaixo de sete chaves
Dentro do coração
Assim falava a canção que na América ouvi
Mas quem cantava chorou
Ao ver o seu amigo partir
Mas quem ficou, no pensamento voou
Com seu canto que o outro lembrou
E quem voou, no pensamento ficou
Com a lembrança que o outro cantou
Amigo é coisa para se guardar
No lado esquerdo do peito
Mesmo que o tempo e a distância digam "não"
Mesmo esquecendo a canção
O que importa é ouvir
A voz que vem do coração
Pois seja o que vier, venha o que vier
Qualquer dia, amigo, eu volto
A te encontrar
Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar. ♪♫

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Eu, Augusto dos Anjos


Habitando o pântano das dores, como bem reza o verso de minha catequese secundarista, Augusto dos Anjos - poeta mórbido e macabro da cientificidade literária (ela existe!) nasceu na Paraíba e cresceu até os quatorze anos no Engenho Pau D'arco, morreu muito jovem ainda no Rio de Janeiro, vitimado por uma pneumonia em 1914.

Sua única obra Eu e outras poesias, está celebrando seu primeiro centenário este ano. Rebuscando em seu vocabulário esdrúxulo para com a inconformidade existencial (ao menos em seus versos) pude reviver os augustos anos de ensino médio quando o recitava nas aulas de Literatura Brasileira. Nesse tempo, algo no poeta me chamava a atenção, certamente o uso das palavras dificéis que na medida em que aguçava a crítica da elegância parnasiana, muito me conquistava pelo desafio de pronunciar palavras dificéis num acrescimo de amostramento em sala de aula aprendendo a ele, apreciar.

Segundo Nietzsche somos algo diferente de nossas obras. Ante esse pressuposto, Ana Miranda em A Última Quimera, revela Augusto dos Anjos como um nordestino diferente de suas poesias macabras. Veja o que ela diz na voz de um narrador masculino:

Ele era assim. Achava que os sofrimentos vem do inferno - e de certo vêm -, que são brincadeiras dos demônios. Tinha uma visão jocosa do inferno. Ao contrário do que pensam dele, era um homem surpreendente bem humorado...

Certamente, a ele foi dado o dom de revestir-se, assim como nós, nos revestimos, vez em quando por alguma idéia, ainda que por vezes so saibamos pensar e deveras sentir, transcrevê-la com maestria versando os limites conscienciais daquilo que somos ou não somos por assim desejar. 

Transcrevo pois, da soberana cabeça do poeta, uma singela homenagem ao seu livro, quase tão desassossegado quanto o de Fernando Pessoa, um soneto, onde eu possa agulhar as mentes daqueles que vagueiam em busca de seu auto conhecimento e resgate íntimo florescendo na solidão atroz dos que executam sua consciência.

Meia-noite. Ao meu quarto me recolho.
Meu Deus! E este morcego! E, agora, vede:
Na bruta ardência orgânica da sede,
Morde-me a goela ígneo e escaldante molho.

"Vou mandar levantar outra parede..."
- Digo. ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho
E olho o teto. E vejo-o ainda, igual a um olho,
Circularmente sobre a minha rede!

Pego um pau. Esforços faço. Chego
A tocá-lo. Minh'alma se concentra.
Que ventre produziu tão feio parto?!

A consciência humana é este morcego!
Por mais que a gente faça, à noite, ela entra
Imperceptivelmente em nosso quarto!

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Ester


Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos. (Mt 22:14)

 
Partindo do princípio existente nos ensinamentos do Mestre Jesus, lê-se Ester (16º livro da Bíblia Ed Pastoral) com olhos de historicidade feminista; onde dentre tantas chamadas, fora a judia escolhida para substituir a rainha Vasti no reinado de Assuero.

Conta o livro, que pela negação de Vasti apresentar-se em público, o rei Assuero – que reinava na fortaleza de Sussa, no terceiro ano de seu reinado ofereceu um banquete que durou cento e oitenta dias ostentando poder e glória. Nesse tempo, a rainha Vasti também ofereceu um banquete para as mulheres no palácio real. Convocada a apresentar-se ornada em ouro e coroa, a bela rainha Vasti nega-se. Enfurecido, o rei, à conselho de Mamucã – um dos sábios consultados, resolveu tirar de Vasti a coroa e dar-lhe a uma nova rainha, assim seu poder não seria zombado entre os povos e mulheres de seu reinado. Eis que Ester, órfã sob os cuidados de Mardoqueu, que moravam na fortaleza, herdou a coroa e agradou ao rei. Tanto, que livrou Mardoqueu, os judeus e quiçá a si própria de serem exterminados por não adorarem Amã acima de Deus. 

Vivemos num tempo onde o poder emergencial feminino não pode ser driblado ante (pre) conceitos estabelecidos em sociedade patriarcal. Recordo-me nesse instante, não lembro ao certo qual dos vestibulares, mas um deles, onde o tema da redação foi o papel da Mulher na sociedade contemporânea. Recordo-me também, de ter tentado traçar uma linha história mostrando seu apogeu. 

Escolhi a história de Ester, pelo simples fato de ter acabado de ler no balanço cadenciado da rede na varanda. Mas poderia tomar como exemplo a própria Eva, Maria de Nazaré, Cleópatra, Fafá de Belém ou até mesmo nossa presidenta Dilma. Pois como bem decanta Pe. Zezinho “em cada mulher que a Terra criou, um traço de Deus Maria deixou, um sonho de mãe, Maria plantou pra o mundo encontrar a Paz.” 

Mulheres, vestidas de seda ou despidas e sujas como Ester em seu jejum, existem para desmistificar a idéia de Homem como centro ideológico de tudo que existe. (leia-se a idéia de que por trás de um grande homem, existe uma grande mulher). É elementar (recordo-me de Soraya Vieira dizendo) que são direitos iguais com papéis diferentes. Haja vista que em seu papel de dona do lar a mulher cumpre obrigações que não cabem ao homem enquanto delega outras obrigações. O que se confunde nas ideologias feministas, fazendo com que Mulheres precisem usar terno e gravata para violentar a imagem de direitos iguais numa sociedade extremamente dicotômica.

A grande lição de Ester, entretanto, não se limita ao seu poder ante o rei e ao Rei (leia-se Deus), a um ela intercedeu em favor do poder terreno de outro para livrar seu povo. Para tanto, foi vestida como mulher, ornada e bela como Deus constituiu para o Governo. Isso mostra que mesmo numa sociedade desigual, não é preciso agredir visualmente nenhuma personalidade para se auto afirmar. 

Tem-se banalizado hoje a necessidade de mostrar aquilo que você é, ou que pensa ser, de uma forma extremamente deselegante. A titulo de exemplo, trago as paradas gays que mostram homens de sunga nas ruas num trio elétrico advogando respeito. Creio não ser este o caminho pacifista de se conquistar um espaço. Mas sim, a banalização e vulgaridade de uma atividade que já está no calendário cultural de nossa sociedade. como uma classe exige respeito quando ela própria não se respeita?

Segundo Marx, a sociedade igualitária é um sonho utópico. Haverão sempre opressores e oprimidos. Assim, o que nos tornará diferente são as lutas de classe. Mas uma luta elaborada, virtuosa e comprometida com a causa. Certamente por isso, trago do Antigo Testamento, um, entre milhões de exemplos onde a violação de direitos torna-se em favor de um povo justo, um decreto de Lei. 

Pensemos pois, em Ester, em Maria, em Eva, em Bethânia, em Graça e em nós mesmos como vetores de capacitação propensos a mudança que queremos ser e não como instrumentos ideológicos de vulgaridade e futilidade e/ou violência naquilo que julgamos estar correto.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Por essa ninguém esperava...


O caso do goleiro Bruno nunca saiu da mídia. Trata-se de um crime não explicado. A vitima foi dada por morta porque não dava mais para explicar seu desaparecimento, mas ninguém nunca a encontrou. 

Primeiro ele não viu a vitima, depois diz que viu, mas há muito não sabe dela...  Assim, descartou-se a ideia de que Elisa estivesse viva em algum recanto do mundo.

O goleiro foi preso e o caso continua reportando-se como um crime inacabado. Mas não existe crime perfeito e sim, investigação mal feita. Esse caso nunca saiu de evidência, agora o que veio à tona foi uma carta escrita pelo goleiro para o companheiro Macarrão, na missiva, Bruno alertava o colega para partirem para o plano B, segundo atesta-se, ele assumiria a culpa para inocentar o goleiro. Não podendo negar a legalidade da carta, a defesa do goleiro diz se tratar de uma carta de amor onde Bruno rompia uma relação homossexual com Macarrão, deixando claro que o goleiro era “homossexual ativo” e o Macarrão “homossexual passivo”.

O que mais parece é que quando se tem realmente culpa, o cara apela para todas as instâncias, afinal, o direito de defesa é para isso! Mas Bruno é ruim de defesa que dói. O primeiro advogado foi afastado depois de aparecer num vídeo consumindo drogas, agora esse outro sai com essa! 

Se esse era o segredo de Bruno, o secreto segredo que Elisa teria gravado no celular e por isso ter sumido do mapa, não adiantou muito. Como dizem por ai, o mal por si se destrói. Porque agora além de expor sua face gay, ele continua sendo o principal suspeito pelo assassinato de Elisa Samudio. Qual será a próxima?

Olha o passarinho ;-)


Não é raro encontrarmos famosos e falsos famosos irados devido ao uso (in)devido de câmeras fotográficas. Alguns, inclusive, chegam a agredir o fotografo com requinte de violência. Não é raro, mesmo!

Questionando-me about the use of cameras lembro-me de um velho ditato, eu os adoro, que minha mãe costuma dizer: tudo demais é veneno, quem nunca come merda, quando come se lambuza! Peço desculpas se o palavreado ofender a intelectualidade cientifica de um ou outro leitor, mas vez em quando nada substitui um bom palavrão.

Acontece, que em meio ao mundo das estrelas existem artistas, ou “artistas” que negociam com os paparazzi para de quando em quando, ou quase sempre estarem em evidência. Afinal, é chique sair em capa de revista de fofoca e passar no TV FAMA, e é também muito conveniente que esse acaso favoreça o artista na mídia. Me parece um bom negócio para quem gosta de aparecer...

Existem também os artistas, ou “artistas” que ODEIAM estar em evidência, que resguardam sua vida particular. Acontece, que é de nossa cultura idolatrar pessoas que fazem sucesso. Idolatrar no sentido semântico da palavra, pois os exageros e excessos muitas vezes tornam essa pessoas verdadeiros deuses. 

As câmeras fotográficas assumem nesse viés um papel de fundamental importância. Qualquer pessoa hoje com um celular, por vagabundo que seja, consegue flagrar alguém em determinada situação (in)conveniente. Dizem alguns famosos, incomodados com o assédio e abolição da privacidade que isso é o cumulo! Eu concordo com o ditado de minha mãe, tudo demais é veneno! Mas nem por isso, dar-se o direito desses artistas fazerem showzinho com os paparazzi, faltando com respeito tanto um quanto o outro (a ambos, como diz uma professora).

Se você se dispõe a ser famoso, assuma as querelas desta vida. Talvez se nenhum fã nunca fosse atrás desse tipo de artista ele sentisse falta. O fato é que nunca, ninguém, está satisfeito com a vida que tem e de uma forma ou de outra quer aparecer. Por frente ou por trás das câmeras.

E digo mais, conformem-se ou deixem a vida de artista! Vivemos no advento emergente das novas tecnologias, isso não vai acabar porque fulano ou beltrano acha que deve ser assim. As câmeras fotográficas (inclusive as de celular) tem um papel social nos dias de hoje. Significam mais que armas de registro da vidinha medíocre e mixuruca de alguns artistas, ou “artistas”; um bom sistema de câmeras ajudam a policia a desvendar crimes, a combater bullying nas escolas e por ai se vai...

Penso que elas vão se popularizar ainda mais e com elas a ideia de que quem não pode com o pote, não segura na rodia. Aos artistas, ou “artistas” incomodados com as câmeras, já se perguntaram porquê isso não acontece com Maria Bethânia, Gal Costa e alguns ARTISTAS de verdade? É um bom questionamento para alimentar o morcego de suas consciências midiáticas.