Um amor assim delicado
Você pega e despreza
Não devia ter despertado
Ajoelha e não reza
Dessa coisa que mete medo
Pela sua grandeza
Não sou o único culpado
Disso eu tenho a certeza
Princesa, surpresa
Você me arrasou
Serpente, nem sente
Que me envenenou
Senhora, e agora?
Me diga onde eu vou
Senhora, serprente, princesa
Um amor assim violento
Quando torna-se mágoa
É o avesso de um sentimento
Oceano sem água
Ondas, desejos de vingança
Nessa desnatureza
Bateu forte sem esperança
Contra tua dureza
Princesa, surpresa
Você me arrasou
Serpente, nem sente
Que me envenenou
Senhora, e agora?
Me diga onde eu vou
Senhora, serpente, princesa
Um amor assim delicado
Nenhum homem daria
Talvez tenha sido o pecado
Apostar na alegria
Você pensa que eu tenho tudo
E o vazio me deixa
Mas Deus não quer que eu fique mudo
E eu te grito esta queixa
Princesa, surpresa
Você me arrasou
Serpente, nem sente
Que me envenenou
Senhora, e agora?
Me diga onde eu vou
Amiga, me diga...
(Caetano Veloso)
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