sábado, 31 de março de 2012

Nota de pesar...

Faleceu na noite de ontem a amiga Cleide Queiroz, recentemente soube que estava doente e tudo passou muito rápido. Por ocasiões assim não sabemos o que escrever... Cleide era sócia do nosso Fã Clube de Rita de Cássia e estava sempre presente nas festas; ao saber da notícia, a cantora pede que externe seu pesar. Que a Espiritualidade Maior seja a guia de nossa amiga e conforte a família e os amigos nessa hora difícil.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Chuva?

♪♫ São as águas de março fechando o verão...

quarta-feira, 21 de março de 2012

♪♫ Tô de alma limpa...♪♫


♪♫ Tudo junto
No meu caso mudou
De uma vez só
De repente
O que era já não era mais...

Mudou tudo no amor
Outra cara
Outra forma de ver e sentir
O que antes eu não entendia
Agora, é ouro prá mim...♪♫

A cabeça mudou
Outra cara
Eu tô fora e não vou mais sair
O que eu não precisava
Agora é preciso
Amor é assim...

♪♫ Lindo!
Tô que nem criança
Tô de alma limpa
Com você por perto
Sou mais longe ainda
Hoje eu quero luz
De sol e mar
Nova!
Renovada força
Tô feliz da vida
Sob o seu comando
Vou (Tô) mais forte ainda
Não tem nada fora do lugar...♪♫

Essa é para mim e minha amiga Kaliene, porque só nós sabemos... A benção Peninha!

Mais que um olho de Lince...


Quando se está num mundo onde a ignorância é sempre confundida com a espontaneidade (e nós estamos) corremos o risco de quando em quando nos surpreendermos com as práticas discursivas dos sujeitos que o constituem.

Hoje cedo fui surpreendido com uma nota postada em 14 de março por um dos rostos da multidão (a benção Clarice Lispector) que fez auditório pra um seminário que apresentei em equipe na Universidade da qual sou legalmente matriculado. No referido bloco de letras, o sujeito nos mandava um recado como estratégia de defesa ao fato de estarem minhas colegas falando mal desta importante pessoa numa parada de ônibus. Na seqüência, sem eira nem beira ele destaca com letras agressivamente garrafais apelando para que nosso grupo “cresça e apareça” este recorte discursivo para quem não entender bem, é um ditado chulo, corriqueiramente usado pelas pessoas que dado ao cultivo de uma prática lingüística desarranjada projetam seus argumentos, confundindo dialeto ou expressão idiomática com o vazio de suas idéias.

Há alguns anos leciono em nível médio na rede pública e recentemente passei pela experiência de exercer meu magistério também no ensino fundamental menor, nem sempre fui ovacionado como o melhor professor, porque de fato não sou, mas nem meus alunos de primário quando punidos por falta de comportamento me mandaram um recado tão mal elaborado. Haja vista a pseudo intelectualidade que regem as “mentes brilhantes” da universidade, respaldo rememorar o direito que me assiste de me portar metodologicamente da maneira que eu bem entender. Não seja por falta de um projetor de multimídia ou pelo excesso desses recursos que me posto como orador de um auditório para “impressionar com meia dúzia de palavras mal colocadas e uma bandeja de besteira!” se fomos minhas colegas e eu servir meia dúzia de besteira em bandeja, teve gente que encheu o bucho! Tanto que causou má digestão e não processou organicamente bem, ocasionando uma bela dor de barriga e um plausível desespero.

Questionar o “analfabetismo” de nossos alunos pode ser um propósito louvável, desde que os sujeitos dispostos a isso fazer, sejam de fato e por direito legitimamente alfabetizados e capazes de mediar recursos de combate a esse desalinho. Contudo, parece que denunciar seus próprios erros na medida que os outros afetem não parece nada com um processo de alfabetização nem ao menos de Letramento. Falar é fôlego! Já dizem os mais velhos...

Limitados! Talvez essa seja a palavra de maior valia a qual fomos adjetivados nos escritos do elemento. Sim, porque somos mesmo e assumir nossas deficiências longe de parecer fraqueza é um gesto nobre. Se não fossemos limitados, o que faríamos aqui? Certamente por isso fomos saudados (ironicamente é claro) por “Nobres Colegas do Curso de Espanhol...” E por falar em Espanhol, habilitação da qual não faço parte mas tive o privilégio de por um tempo vivenciar a Academia, é que recordo-me do ranço presunçoso que impera de forma cafona no ego das habilitações que se julgam melhor em detrimento de outra, por isso é que minhas colegas e eu já fomos advertidos “cresçam e apareçam quando quiserem se destacar num lugar onde eu esteja presente!” Não se preocupe senhor, está dado o recado, só espero que depois dos 20 ainda estejamos em fase de crescimento (risos).

Acabo de me lembrar, pela memória esmaecida e a despeito de minha idade, que no primeiro dia de aula a professora questionava o motivo, causa, razão ou circunstância que nos fez optar pela disciplina de Novas Tecnologias. Caberia agora questionar a prática que as pessoas fazem destas mídias enquanto recurso digital e contribuição a evolução ou quem sabe, alfabetização para com o seu próximo. Porém, lamentavelmente, um curso de informática não habilita ninguém a manusear com ética e respaldo um computador. Portam-se essas pessoas por trás de uma tela, como anônimos em busca de uma identidade, nem que seja digital para mostrarem para si próprias o quanto elas são, digamos... “limitadas”.

Receber um panfleto como o de hoje de manhã, embora tenha-me descolado uma sonora gargalhada me motivou, ante o estado de espírito de minhas colegas (mentes brilhantes a quem reverencio a inteligência e prática docente) a repensar na condição existencial do ser dialógico que circula a Academia e as redes sociais e tenho a plena certeza de que sucumbir tais questionamentos em torno desse comportamento mixuruca é bem mais elegante que belicamente revidar o desmerecimento de umas poucas linhas arbitrariamente grafadas.
Costumo dizer que há grandes diferenças entre os bons e os que pensam ser bons, a maior delas, porém, é que os bons de verdade não se auto proclamam bons, são eleitos por aclamação. Finalmente gostaria de agradecer o grito de alerta que o Sr Capacidade nos mandou, lamento não poder responder a altura, sou limitado demais para isso e por ser tão limitado assim, é que faço minhas as palavras de Waly Salomão e Jards Macalé porque sou mais que um olho de Lince.

Quem fala que sou esquisito hermético
É porque não dou sopa!
Estou sempre elétrico, nada que se aproxima, nada me é estranho
Fulano, sicrano, beltrano
Seja pedra, seja planta, seja bicho, seja humano
Quando quero saber o que ocorre a minha volta
Eu ligo a tomada, abro a janela e escancaro a porta
Experimento, invento tudo, nunca jamais me iludo!
Quero crer no que vem por ao beco escuro
Passado, presente, futuro, urro
Reviro na palma da mão o dado
Futuro, presente, passado
Tudo sentir total
É chave de ouro do meu jogo
É fósforo que acende o fogo
Da minha mais alta razão
E na seqüência de diferentes naipes
Quem fala de mim tem paixão.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Oração pela Serenidade...


Concedei-me Senhor a Serenidade
Para aceitar as coisas que não posso mudar
Coragem para mudar as coisas que posso;
E Sabedoria para discernir a diferença
Viver um dia de cada vez;
Aproveitar um momento de cada vez;
Aceitar as dificuldades como o caminho para a paz;
Tomar, como Jesus o fez, este mundo pecaminoso
Como ele é, não como gostaria que fosse;
Confiando que Ele tornará todas as coisas corretas
Se eu me submeter à Sua vontade;
Que eu possa ser razoavelmente feliz nesta vida
E infinitamente feliz com Ele
para sempre na próxima.
Amém.

sábado, 17 de março de 2012

O número que você ligou não está disponível para babaquices, tente outro otário...

O fato é que o bandido tem novo endereço, mas não tem novas idéias! A história é sempre assim, o cara liga conta a carochinha e pede feedback imediato. Hoje um desocupado desses bambeou meu residencial e tentou me pregar o golpe do trote telefônico se passando por um parente que vinha do Sul me visitar e o carro tinha colidido a 90 km daqui, este precisaria que eu depositasse imediatamente R$ 1 000 em sua conta (dados fornecidos na ligação) para que o mecânico, o Yure, liberasse o veículo com a roda danificada. Servicinho caro né?!
Como não tenho parentes nem sequer amigos motorizados no Sul e com essa saudade cortante para me ver a ponto de dirigir até o "Norte" teria sido menos burro e mais engraçado pedir para que eu verificasse o carro verde em frente à minha porta, para ao dizer que este não havia ele simplesmente dizer que o carro amadureceu e rir da minha cara. Não se passam mais trotes como antigamente, não se pensam mais como antigamente, não se trabalham mais como antigamente e nem acreditamos mais como antigamente.
Como bem disse minha irmã: que tal ligar 190 e permanecer na linha enquanto eu faço o depósito? ou vai ouvir o Mução para ver se d'uma próxima vez consegue prender alguém na linha por mais tempo...Fica a dica IDIOTA!!!

Quem já leu Teleco?


Com a bênção do simbologismo bíblico no qual Murilo Rubião delega a gênese de seus escritos, descreve a pureza e inocência de Teleco, um coelhinho amigável que costuma metamorfosear-se quando bem deseja para agradar aos outros. Através dessas carnavalescas mudanças, entre um coelho inocente e um tigre feroz, Teleco revela o protótipo das múltiplas e heterogêneas faces do homem social. Temos então, um discurso paralelo acerca da animalidade e humanização que envolve esse ser social. Até onde Teleco era apenas coelho? Até onde seu desejo de ser homem é real? Teleco não compreende o que seja ser homem, contudo, isso deseja para conquistar o amor de Tereza, que aparece na narrativa de forma sorrateira e escabrosa com promessas de torná-lo homem para abandoná-lo no final. E em nome desse desejo, dessa “necessidade” de ser homem “e eu vos farei homens – disse Jesus Cristo” o inocente coelhinho passa a desafiar as convenções simbólicas com a qual é teoricamente descrito no início do conto e passa a se comportar de modo a corromper-se aos olhos do narrador, parte do elenco em 1ª pessoa, chegando este, a afrontá-lo pela descabida forma de ser e agir, metamorfoseando-se para ludibriar os outros ou a si próprio. É assim que os homens sociais de nosso tempo (há muito tempo) fazem...

Quando Teleco bate de encontro à maldade humana, ele nem ao menos descreve essas sensações com palavras, senão gestos que falem mais, metamorfoses que maravilhem e encantem nosso emocional de maneira brusca, como transforma-se da água para o vinho numa fração de segundos como estimulo resposta a uma reação adversa. Eis então, a combinação mais que perfeita que se tem de reação humana X animal: o inevitável desejo de mudar.

As metamorfoses de Teleco – animal bem mais humano que tantos homens, nos revela paradoxalmente a desumanidade que nos assola. Quando o coelhinho sonha ser homem e confundisse com um transformado em Canguru, nos mostra de maneira crítica e severa que qualquer “bicho de pé” se sente homem e por isso age como um, embora na maioria dos casos, das forma mais provincianas e animalescas que se possa imaginar. É então que percebemos que todo sonho tem um preço. Toda ação tem uma reação.

Contudo, será digno de se questionar até onde vale a pena viver em transmutação no tempo e no espaço. Ninguém consegue metamorfosear-se para sempre; nem Teleco conseguiu. Um dia ele morreu, e embora em forma de criança, morreu com ele seu desejo de ser homem, incansavelmente irreconhecível pelas mudanças do seu eu. Seremos nós homens ou animais? Estaremos nós vivendo “aquela velha opinião formada sobre tudo” ou nos metamorfoseando em nome de sonhos particulares ou coletivos, para não dizer sociais? Frutos do meio ou árvores do meio, o fato é que muitos desses sonhos, muitas dessas metamorfoses nem ao menos acontecem, porque então nós, na condição de estarmos (e não necessariamente sermos) não nos reconhecemos e buscamos a felicidade onde não há. 

Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante,
do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.
(Raul Seixas)

segunda-feira, 5 de março de 2012

Gal Costa

Dia 09 próximo Gal lança RECANTO em Natal-RN. Saber que não poderei lá estar é motivo de sofrimento antecipado. Parabéns ao Theatro Riachuelo pela continuidade vital da melhor programação do Estado.

domingo, 4 de março de 2012

reminiscências, utopias e inquietudes...


Ter online em conexão banda larga a memória da passada e presente vida dos ricos e pobres, mas grandes prazeres do interior é um meandro que atenua a consciência num lapso paradoxal às realidades do ontem e de agora. Pois sentado à beira da calçada de onde cresci ouvindo histórias de trancoso, misticismo e religiosidade vejo-me em instante ímpar apreciando o raro relâmpago que corta o nascente trazendo os ventos do norte e anunciando por um excesso de umidade no ar a chuva que deverá cair e a banhar as secas ruas de nossas realidades. É desse chão terroso, desse solo calcinado pelo sol do nordeste que ainda não tornou-se independente onde entre um boa noite saudosista e um cumprimento menos formal a um aluno que passa escrevo essas linhas para talvez (e somente talvez) em comunhão sincrônica possa pela diacronia que me rege serem lidas por pessoas que jamais conhecerei ou que talvez jamais sentem comigo nessa mesma calçada.

Por muito tempo, acreditou-se que o Brasil fosse o Rio de Janeiro e São Paulo (estilisticamente falando). Aí, desvairadamente Mário de Andrade escreve “o descobrimento” e tudo se revela, se redescobre e se desnuda numa outra ótica de condição existencial não só as margens plácidas do Ipiranga, mas também de um poeta que come amendoim e ostenta em seu peito a mesma saudade que apraz o símbolo áureo de ser brasileiro nos seringais da região norte. Patriótico ou patético é o mesmo homem, porque sendo o longe um lugar que não existe, a diferença é apenas a igualdade que nos une.

Pensando assim, me vêm à mente os questionamentos de ordem primária sobre as relações humanas e as querelas de suas sutis transições. O homem de nosso tempo vive um Brasil emergente, sem tempo para o brasileirinho, vive sufocado pelo Brasil de três poderes que o faz da forma mais mambembe possível um mamulengo de seus acordes. Esquecendo-se esse homem, provinciano que nem eu, que daqui do interior bebendo água filtrada ou cristalizada das fontes límpidas acesso os mesmo sites e sou tão alfabetizado/letrado quanto, se assim eu quiser. Que é a minha cultura também, que em maior parte faz ressuscitar um Brasil diluído nas valências das festas de junho. 

Sistematizar cartesianamente as realidades faz parte da poesia, o homem está sempre retratando seus desejos como forma de repressão à sua realidade, este é um recalque inato do poeta que inegavelmente esta em desequilíbrio com a harmonia de suas idéias na tentativa liquidificar o feio e o belo representando simbolicamente nossas vidas e assim nós mesmos. Porque então mede-se tanto as valias geográficas em detrimento da pesudo intelectualidade de quem a faz? Essa parece uma idéia torpe dos desacordados das minhas idéias. O Brasil é heterogêneo em seus heróis, em sua história... Mas homogêneo, pequeno e humilde em seus protagonistas, porque daqui eu também sou responsável pela memória da cultura brasileira e daqui abancado a escrivaninha transitivamente me vem aquela voz interna e conflitante que canta com Caetano Veloso e Ferreira Gullar “na esperança talvez que o acaso por mero descaso me leve a você.”