É tão fácil ser
politizado quando não se tem de quem ou o quê discordar. Quando todos pensam
igual a você e ficam apenas complementando e adornando suas concordâncias... Quando
se tem um bom salário assegurado na conta bancária no final do mês... O
princípio da antítese é sempre o mesmo, e é bíblico:
Perdoar os nossos
devedores como vos pedimos também perdão.
Amar os amigos não
constitui desafio, constitui virtude! Respeitar os correligionários é também
muito prazeroso e não lhe custa nada senão um ego amaciado. O que está em jogo
é a falta de respeito com os que pensam diferente. Parece que a única saída é a
agressão! A intriga! A intolerância! E nessa, a “consciência política” velada
pelo “cheiro dos livros desesperados” revela-se cada vez mais frágil e
inoperante.
Basta que o seu candidato agrida o meu para que ele passe a lhe
representar; basta que o meu agrida o seu para que me represente também e
ostentemos, juntos, nas redes sociais que não somos mais nós, mas o outro. E
assim, seguimos, conectados em um único canal de televisão – aquele que
transmita o que queremos ouvir – e nada mais nos interessa. Até nos dispomos a
acreditar que essa visão limitada se chama democracia porque ser contrariado é
golpe!
ISSO CANSA!!!
Nem Jean Willys, nem Jair
Bolsonaro, nenhum político me representa, não passei-lhes procuração para
manchar minha identidade cuspindo na cara de ninguém ou fazendo apologia a ditadura em rede nacional.
Quero mais é permanecer
com o pensamento de Fernando Pessoa em 1917, revelando-se cada dia mais atual,
porque “a política é a degeneração gordurosa das organizações da incompetência.
Sufoco-me de ter tudo isso a minha volta.”
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