sábado, 9 de janeiro de 2016

E se fosse seu filho?

Eu estava completando 30 anos de idade, Vitor Pinto não pôde completar os 03. 
O enredo se passa com uma família indígena da tribo dos Chapecós no litoral de Santa Catarina, onde a família de Vitor havia desembarcado para vender seus artesanatos na esperança de comprarem uma geladeira. O pai, estava trabalhando em uma praia e viu no noticiário que seu filho havia sido degolado brutalmente por um branco.
A mãe amamentava o pequeno à sombra de uma árvore quando viu se aproximar o rapaz que após acariciar seu filho, cortou-lhe o pescoço. Passou a noite na chuva, desamparada. Quando o pai chegou ao local do crime e identificou o chinelo e os brinquedos da criança espalhados no chão da rodoviária, teve certeza do havia visto no noticiário. A avó de Vitor, atordoada com a brutalidade esqueceu até quantos anos tem. A tribo, que vive dessa renda centralizada em artesanatos, teme sair na cidade.
De Vitor não sobrou nenhuma foto, "nem de celular", apenas a lembrança de uma criança que não pôde viver.

SÓ QUE ISSO NÃO É NOVELA, ISSO NÃO É FICÇÃO. É A VIDA REAL!

É estarrecedor abrir o noticiário e ver histórias assim. Resistimos muito, ainda, em acreditar na força do mal e essa nossa resistência têm gerado cada vez mais peripécias com esses megalomaníacos da sociedade impune.
A versão da polícia descarta a possibilidade de um crime racista. Alega, o delegado, que o suspeito (detido) é apenas alcoólatra, usuário de drogas e pode estar envolvido em alguma seita satânica. Mas desconsidera o fato do jovem ter escolhido exatamente o indiozinho para matar depois tê-lo acariciado, e não ter pego o primeiro que encontrasse em seu caminho.
Meu Deus, que país é esse? Que justiça frouxa é essa? Parece que qualquer coisa aqui tem mais valor que uma vida! 
Quem não lembra do índio Galdino incendiado enquanto dormia numa rodoviária em Brasília? Até quando nossos índios, legítimos herdeiros desta terra serão considerados hardcore da violência urbana?
Enquanto as Leis penais forem brandas e favorecerem esses bandidos, é bom nem pensar nisso. Mas a empatia, o que nos torna diferentes dessa classe de pessoas, nos faz questionar:

E SE FOSSE SEU FILHO?

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