Dez anos se passaram e sua mente continua inquieta.
Hoje, impreterivelmente, a escritora Ana Beatriz Barbosa Silva está brindando o
simbólico aniversário de seu primeiro livro. Seus livros, no percurso de sua
carreira, tornaram-se nossos amigos, ou melhor, nossos irmãos, se de “filhos”
ela os denomina. Sobretudo para profissionais na área de Educação que lidam
diretamente e diariamente com gente. O “Mentes Inquietas”, motivo do nosso
brinde hoje, reporta um tratado sobre os transtornos relacionados ao déficit de
atenção. Quem de nós não conhece alguém freneticamente ativo que por conta
disso angaria para si uma certa dificuldade na execução de tarefas? Talvez nem
seja preciso ir muito longe, basta se olhar no espelho e perceber que você
mesmo pode ser uma mente inquieta. As pessoas, por falta de conhecimento, podem
achar que tal fato é um delito e esquecem-se de canalizar essa energia
acumulada para as produções.
Encarar o TDA como patologia seria, em minha
realidade, chamar meus alunos de doentes. Trinta alunos numa sala e somente eu
teria saúde mental? Acredito bem mais no que dizia minha irmã esses dias “Junior,
estranhe o aluno comportado. Preste atenção àquele que não se movimenta, que
não pede licença e que não conversa.” Esse sim, tem um déficit bem maior. O que
devemos, ou pelo menos deveríamos, é canalizar essa hiperatividade para que
esse aluno, essa criança ou mesmo esse adulto possa gerenciar sua mente de modo
a não atrapalhar sua vida. Eu conheço doutores hiperativos, que pensam um
milhão de coisas ao mesmo tempo e que não fazem nada. Eu mesmo desisti de um
curso de graduação no período do TCC para fazer outro vestibular porque fixei a
ideia de que Geografia não era minha praia e canalizei todas as minhas energias
e estudos até ser aprovado em segundo lugar para o curso de Letras.
As relações humanas, por si, são cíclicas, e
partindo desse principio é que observamos a rotatividade das nossas ações,
reflexos lineares dos nossos pensamentos. Sim, porque tudo começa na mente, no
ato de pensar para depois executar. Ninguém melhor que a Dra Ana estuda a mente
humana, e melhor, a traduz com uma linguagem não clínica, mas de fácil acesso a
nós, portadores das inquietudes, dos perigos, dos anseios e tantas mais que fazem
de nossas mentes singulares e coletivas ao mesmo tempo. É por causa dessa
coletividade, que nos identificamos com suas obras, que percebemos que “ainda
somos os mesmos e vivemos como os nossos pais”, é por causa dessa singularidade
temos sempre algo “inédito” a acrescentar ou pelo menos pensar, raciocinar
sobre aquilo que melhor nos traduz.
Assim, estou cada dia mais convencido de que a Dra
Ana é mais que a psiquiatra e escritora, mas uma amiga e mensageira do bem.
Quero hoje, que ela receba com o mesmo carinho com o qual envio minhas singelas
felicitações por sua brilhante carreira, sobretudo pelos dez anos de Mentes
Inquietas, desejando ainda que sua mente continue inquieta, por produção, é
claro, e que sem demora nos brinde com mais um de seus filhos, nossos fiéis
companheiros. Parabéns!
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