Não deveria me surpreender, mas fiquei pasmo com a revolta da Santa Madre Igreja à Parada Gay de São Paulo 2011, cujo o tema foi “Amai-vos uns aos outros: basta de homofobia. Lei Estadual 10.948/01”. Não sei se eu teria tido a “criatividade” de travestir o público gay de santos canonizados, se bem que para mim algumas imagens são por si erotizadas, como é o caso de São Sebastião e do próprio Jesus Cristo na cruz. Ambos mostram-se com corpos saradissimos e cobertos por pequenos panos nas partes íntimas.
Sempre achei essa Parada Gay um exibicionismo desnecessário. É como se eles não querendo dever satisfação, acabassem dando sim, satisfação de sua sexualidade e para isso tivessem que gritar, escandalizar em praça pública que são o que são e que não devem nada a ninguém. Não sei se esse é o caminho para se conquistar espaço e respeito na sociedade, mas o fato é que depois de tanto tempo e tanta luta ainda somos obrigados a ver uma cena dantesca dessas. Cabendo questionar o papel da religião num Estado laico, que querendo preservar uma imagem em nome de bons costumes, (como se o público gay não tivesse de fato e por direitos bons costumes também) revela-se alegando falta de respeito à memória dos santos. Já não é hora desse povo abolir esses dogmas e viver a religião que Cristo nos deixou? O Amor! “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei!” Que eu saiba Jesus cristo não amou de maneira tabelada quem fosse rico, pobre, branco, preto, gay ou hétero! Amou sim, de maneira incondicional à todos e continua amando, creio eu. Por isso não sei até aonde essa “devoção” aos santos pode ser considerada uma ofensa.
Porque dizer que a Igreja Católica não é excludente a um gay que a freqüente sem poder comungar ou receber os sacramentos, é o mesmo que dizer a um convidado de aniversário que ele não pode comer do bolo e querer que ele entenda isso como algo natural deixado por Deus.
E é assim que a banda toca! Castram-se os direitos em nome de uma nação eminentemente católica que vive os ensinamentos do Cristo tal qual. Exorcizando a idéia de que ensinamentos são ensinados à luz das mais diversas interpretações, traduções e sentidos que se constroem em volta do que Cristo disse! Mas nunca escreveu! Tomando assim liberdade de dizer o que é moral ou imoral.
É por essas e outras que vivo muito bem onde estou e acredito verdadeiramente que viver o cristianismo é não estar atrelado à dogmatismos nem a fanatismos que corrompem as possibilidades de aceitar a vida como ela é.
Consigo também, enxergar bem mais exemplos de vida fora da igreja. E por que não em casais gays? Será que a sexualidade de uma pessoa condiciona quem ela seja e por isso rotule se será ou não bem sucedido?
Parece até uma leviandade afirmar que sim, mas infelizmente há pessoas em pleno século XXI que acreditam nisso e em nome desse credo ainda profetizam heresias.
Deveriam se preocupar essas pessoas em expulsar os vendilhões dos templos, talvez a chibatadas, como fez Jesus Cristo em seu tempo (não está escrito?), fazer jejum da LÍNGUA e pararem de hipocrisias. Com isso, certamente (seguramente) estariam essas pessoas vivendo muito mais (tão mais) o que Cristo ensinou. E se for o caso, tirar alguma lição da novela, já que todo dia tem ao menos um capítulo reportando essa luta. Tenho dito!