O fluido cósmico universal é a matéria primitiva, cujas modificações e transformações constituem a imensurável variedade dos corpos da natureza. Os elementos fluídicos do mundo espiritual escapam aos nossos instrumentos de análises e a percepção de nossos sentidos. Entretanto, para exemplificar, observemos um imã, sua corrente fluídica (terra a terra) não pode ser vista, mas identificada por quem quer que se disponha a experimentá-lo empiricamente. Um pouco mais além, em A Gênese, Kardec nos diz que o fluido universal é também a matéria, só que em estado de transição. Nesse sentido, onde o “velho” coexiste com o “novo” é que se pode entender o princípio básico de Lavoisier, quando nos enuncia a reciclagem incompatível de tudo que há na terra.
Quanto à formação do perispírito, Kardec nos diz que é uma inteligência (comum a todos, cada um em sua condição evolutiva evidentemente) coberta por esses fluidos, é uma espécie de capa, de vestimenta. Assim há também na terra e em tudo que há na terra.
Embora sejam de natureza inexoravelmente existencial, os fluidos recebem ações (input) dos espíritos (encarnados e desencarnados) eles não são pois, com licença da palavra, adestrados, independentes. É preciso que haja um sujeito causador de seu estado de sensitividade, não desconsiderando o animismo que nos faz perceber muitas vezes de modo ímpar as energias que nos cercam. Com efeito, é também o pensamento (ação no plano espiritual) quem condicionará o estado dos fluidos de modo a plasmar o que bem queira. (ex, um avarento manuseará ouro...)
Assim sendo, os fluidos são nossos veículos de pensamento segundo o próprio Kardec, quando nos diz que há mais verdade revelada nos fluidos (invisíveis) que nas fotografias (visíveis), por isso mesmo, a partir do item 16, ele volta a questionar a enunciação dos fluidos, preocupando-nos (e a si próprio) com a qualidade daquilo que emitimos.
É sabido, que tão somente através do rompimento do laço fluídico que une o corpo ao períspirito que desencarnamos. Mas a ação fluídica não permanece inerte esperando que se rompa o cordão de prata para executar-se. Assim não fosse, como se explicariam fenômenos mediúnicos como dupla vista, sensitividade, sonambulismo, sonhos, e tantos graus e categorias de mediunidade inevitavelmente existentes em nós encarnados? E os fenômenos físicos? As obsessões, possessões... Pois não haverá como negar a ação de uma força imaterial concatenada com uma inteligência também imaterial agindo sobre nós de modo a explicar com outra teoria.
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