PALAVRAS DO AUTOR
Além do brilho da estrela é uma grande
viagem. Grande por nos conduzir ao Egito – das civilizações antigas estudadas é
a que mais aprecio desde sempre. E maior ainda por nos convidar a conhecer e
entender os conflitos existencialistas do professor Alcântara Machado, o que em
tese, a torna uma novela psicológica. Acredito que exercitar essa jornada,
duplamente identificada, torna a leitura desta narrativa tensa, assim como foi
tensa sua escrita. Foram meses de pesquisa, de resgate memorial, de formação de
personagens complicados do ponto de vista simétrico; mas acredito também que
valeu a pena, porque suas formações são dadas para se contornarem
imageticamente na compreensão do leitor. Não tenho muita clareza, e, certamente
por isso, não posso garantir que será bem compreendida. Afinal, o dito pelo não
dito – me permitam a comparação pragmática – vale o que está escrito.
Essa
é uma novela para quem gosta de viver, de viver intensamente, às vezes nos
extremos: nas periferias e bangalôs dos mais nobres sentimentos que habitam a
emoção e a razão do homem de todos os tempos. A ambientação egípcia, conforme
exposta, é a materialização gráfica de um prazer pessoal. Acredito que
conduzindo a trama entre lá e cá, podemos enriquecer o enredo de forma cultural
e estética. São outros espaços, outras culturas e as mesmas histórias.
Sobretudo quando considero como ponto de partida desta narrativa, uma
cronologia desde antes de Cristo até a contemporaneidade costurada por
misticismos e conflitos, não lineares, que ornamentam as personagens e suas
histórias transversalmente paralelas.
Parte
do público que leu meu trabalho anterior cobrou outra novela, e me cobraram com
uma pressa excessiva. Isso poderia ter me envaidecido, mas foi relendo Walquiria que encontrei outro caminho de
escrita. Caminho que espero poder trilhar com vocês a partir de agora nas
páginas desta novela. Acredito que isso faz parte do processo de criação, e
como não escrevo em ritmo industrial, o tempo de escrita me foi favorável.
Saudável, até.
Busco,
portanto, revelar com essas novas histórias dentro de uma grande história, a
união de universos heterogêneos porque assim é a nossa vida. Composta de
heterogeneidades que vão matizando um sentido só: o de viver.
Fernando
Filgueira Barbosa Júnior
Junão, seus textos são, indiscutivelmente, fascinantes.
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