Ontem foi o enterro do Chaves...
É muito estranho aceitar que nossos heróis também morrem. Não basta saber que quem partiu foi o autor/criador e não a personagem. A transferência afetiva é inevitável! Mesmo sabendo que vamos continuar assistindo Chaves repetidas e incansáveis vezes, alguma coisa dentro de nós se desligou. Alguma coisa que nenhuma religião é capaz de ligar novamente, alguma coisa que não se explica, mas se traduz no olhar desemparado que encontra milhões de corações órfãos batendo na mesma frequência. Bolaños não chegou a ter uma noção exata do amor que plantou no coração de cada brasileiro, mas levou consigo a certeza que seu dom foi muito bem desenvolvido, aceito e compreendido.
Hoje voltei a me emocionar quando encontrei Gerlania Medeiros e ela me disse que instantaneamente lembrou-se de mim e de seu sobrinho, ainda criança. Essa associação mostra que Chaves não tem idade e que quando se gosta desinteressadamente de alguém, esse alguém passa a lhe representar na sua ausência. Fico muito feliz em ser lembrado através da figura que fez parte da minha infância e estará até todo sempre na tela da minha TV.
Deixo meu abraço espiritual a Dona Florinda, pela grata satisfação de ainda vivermos no mesmo tempo e a todos os fãs que sentiram o que eu senti.
— se sentindo triste.
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