Narrado na primeira pessoa do plural, não sabemos ao certo quem conta a história da "pobre Emily". O conto inicia com sua morte e a medida que avançamos, outros fatos vão sendo revelados de forma gradativa. Sua evocação dada pelo narrador enfatiza não somente sua condição social - pobre, mas elucida o fato de se tratar de uma ex aristocrata fragilizada em seu bojo consciencial de dor e solidão.
Este narrador, então, tem como foco unir-se ao leitor, comprometendo-nos com os fatos mencionados. Ao passo que diz, por exemplo "nós dissemos [...] nós vimos [...] e, nós acreditamos" vem a calhar no poder da opinião pública sobre a vida das pessoas, sobretudo nas cidades pequenas do interior - marca contemporânea da cultura provinciana.
Ainda assim, este narrador - anônimo - em parceria com o leitor parece ter dificuldade em compreender os fatos. Revela-se uma figura preconceituosa em relação a mulher numa sociedade possivelmente machista. Como exemplo, podemos observar a passagem em que diz 'nós, os rapazes" representando a força da opinião masculina. Isso somado ao fato da "pobre Emily" ter crescido subordinada a figura do pai, mais tarde ao coronel, ao prefeito somente reafirma esta ideia.
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