Ariano Vilar Suassuna esteve em Pau dos Ferros. Não preciso mais que esta frase gramaticalmente correta para expressar a magia e o contentamento de ter tido o privilégio de vê-lo de perto.
Referência viva do nosso legado cultural, secretário de cultura do Estado de Pernambuco, membro da Academia Brasileira, Pernambucana e Paraibana de Letras, Doutor pela Federal e Estadual do Rio Grande do Norte, escritor, poeta e romancista de clássicos da literatura e da televisão, como: O Auto da Compadecida, A Pedra do Reino e outros, Ariano Suassuna tornou-se há muito uma lenda viva. Sua obra, portadora de tons e matizes regionalistas, diferente do que dizem os pseudo-s críticos mal engravatados não se limita ao nordeste; a dimensão e a proporcionalidade de seus textos vão além das fronteiras do coração brasileiro, pois a verdade e a serenidade que constituem o léxico e a semântica do mestre Ariano é a mesma que constrói a vida os sentimentos do homem em qualquer lugar em que ele viva e assim, socialize-se.
Seu nome é invocado nos quatro cantos do país e no exterior como baluarte da consubstanciação das letras e artes. Nascido na Paraíba, cidadão pernambucano por excelência e direito, Ariano Suassuna capitaneou para seu discurso uma forma irreverente, sincera e direta de se expressar; abolindo assim, toda e qualquer forma tediosa de ouvir um senhor de 84 anos construir e desconstruir idéias na cabeça de jovens e adultos capazes de integrar-se e inteirar-se em uma visão de mundo sem maquiagens nem valências.
Nunca passou pela minha cabeça que um dia, nessa existência, eu teria a oportunidade, ou mais que isso, a benção (com toda veneração) de conhecer o homem que um dia me fez desfilar num 7 de setembro há tempos idos em homenagem à sua obra, e que quando mais tarde ouvi pela primeira vez “Leão do Norte” e fui arrebatado implacavelmente pela voz agrestina de Elba Ramalho me dizendo que eu sou um auto de Ariano Suassuna no meio da feira de Caruaru; eu poderia hoje dizer que reside aí o sabor mais puro e natural do estilo de todo e qualquer nordestino que se orgulhe de sua cultura, apreciando as estrangeiras, sem desmerecer suas raízes.
E por assim pensar, acredito mais ainda nas raízes e antenas que nos conectam com o mundo, porque somente sendo capazes de conhecer primeiro nossa História (raízes), seremos então capazes de captar os sinais parabólicos que nos congregam com o Homem e a História Mundial. Pois este, na condição terráquea que ocupa, continua sendo o mesmo e vivendo a mesma história tantas vezes lida. O grande problema da desvalorização do que é nosso, é que os próprios brasileiros, sentem-se deveras colonizados e assim tendem a permanecer, encarando toda e qualquer manifestação cultural como algo importado, exorcizando as formas artísticas genuínas e inatas que nascem dos processos de condescendência antropológica, e esta é uma realidade global, realidade que muito me asfixia. Mas mesmo assim, muita gente prefere continuar acreditando que depois do Pau-Brasil, a única coisa que só existe aqui é jabuticaba e que nem isso presta.
DESTACO o fato na noite de que com maestria o nosso anfitrião, ainda que segundo ele "com a voz feia" conduziu a regência do Hino Nacional à capela para 600 pessoas em coro uníssono. Isso, graças a uma falha técnica do som, que a despeito de minha afamada ortodoxia no meio acadêmico (e fora dele), vem mostrar de todas as formas, tamanhos e cores a diferença entre os que são bons e os que auto se proclamam bons por assim pensarem. Reavivando de maneira clara, simples e direta as limitações as quais se submetem os escravos das novas tecnologias; onde talvez, e somente talvez, quem esperasse pelo aparelho eletrônico para cantar o Hino Nacional, sequer soubesse com riqueza de detalhes a letra e a entonação de cada verso. É que quem sabe, faz ao vivo... Deixando claro, que isso não necessariamente trata-se de patriotismo e sim de pontos de referência nos quais postulo minhas idéias.
NOTA e CRÉDITOS DA FOTO:
Foto feita na noite de 20 de setembro no campus do IFRN em Pau dos Ferros, ao final da palestra do escritor Ariano Suassuna. Fotografado por meu orientador Dr Gilton Sampaio de Souza, a foto não se apresenta em condições de qualidade, porque o escritor não recebeu ninguém para autógrafos e fotos, esta nada mais foi que um clique de um momento tiete. Mas vale pelo registro de um dia inesquecível na história de Pau dos Ferros, que por uma noite ao menos, foi a capital cultural do Brasil e por estar eu, bem próximo de quem jamais pensei estar.
DESTACO o fato na noite de que com maestria o nosso anfitrião, ainda que segundo ele "com a voz feia" conduziu a regência do Hino Nacional à capela para 600 pessoas em coro uníssono. Isso, graças a uma falha técnica do som, que a despeito de minha afamada ortodoxia no meio acadêmico (e fora dele), vem mostrar de todas as formas, tamanhos e cores a diferença entre os que são bons e os que auto se proclamam bons por assim pensarem. Reavivando de maneira clara, simples e direta as limitações as quais se submetem os escravos das novas tecnologias; onde talvez, e somente talvez, quem esperasse pelo aparelho eletrônico para cantar o Hino Nacional, sequer soubesse com riqueza de detalhes a letra e a entonação de cada verso. É que quem sabe, faz ao vivo... Deixando claro, que isso não necessariamente trata-se de patriotismo e sim de pontos de referência nos quais postulo minhas idéias.
NOTA e CRÉDITOS DA FOTO:
Foto feita na noite de 20 de setembro no campus do IFRN em Pau dos Ferros, ao final da palestra do escritor Ariano Suassuna. Fotografado por meu orientador Dr Gilton Sampaio de Souza, a foto não se apresenta em condições de qualidade, porque o escritor não recebeu ninguém para autógrafos e fotos, esta nada mais foi que um clique de um momento tiete. Mas vale pelo registro de um dia inesquecível na história de Pau dos Ferros, que por uma noite ao menos, foi a capital cultural do Brasil e por estar eu, bem próximo de quem jamais pensei estar.