quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Para Gloria Perez

De toda nossa midiática vida, parece que os mais fortes holofotes são aos que mancham com sangue as páginas de nosso tempo. Hoje, dia 11 de agosto, seria o aniversário de Daniela Perez, e ver sua mãe falar dos netos que não vieram me faz perceber que o tempo não passou. E não passa mesmo! a gente rir novamente, brinca e até chora, mas porque estamos vivos. Não porque superamos um evento desses.

E é essa inconformidade que nos difere de assassinos frios e calculistas. Imaginem-se por uns instantes sendo a mãe dessa menina e ouvindo isso:
"Eu acredito em Deus, sabe... Eu acho que a Daniela morreu no momento em que Deus permitiu que ela morresse. Eu por exemplo sofri um assalto, levei 6,7  um monte de tiro e não morri! Eu acredito que a Daniela foi para algum lugar, sabe, eu acho que foi, ela tá legal, mais legal do que todo mundo que tá aqui embaixo... Isso aqui é uma droga, o mundo tá cada vez mais horrível... E tudo bem, a gente tenta ser mais feliz, mas não por causa do mundo, porque o mundo é cheio de defeito. A vida é uma contagem regressiva."

Ou assista (ouça) ele mesmo dizendo à reporter Lucileia Cordovil em entrevista à Revista Manchete:




A sensação que se tem ao ouvir um cara desses falando essas coisas, é que estamos desprotegidos, não temos mais em quem confiar. Porque se um cidadão desses, temente a Deus cometeu uma atrocidade dessas, imaginem os que não temem Deus nenhum.

A justiça dos homens é mesmo muito diferente da Divina; no livro do Êxodo 21, 13 nos diz "Quem ferir uma pessoa e lhe causar a morte, torna-se réu de morte." Mas ainda assim, essas pessoas "tementes" a Deus, depois de uma dessas se "convertem" e vivem de fé, para não dizer do crime cometido.

O grande problema, é que Guilherme e Paula não foram os primeiros nem serão os últimos, porque no Brasil matar alguém dá status, muitas vezes é até "um bom negócio". Urgir uma chacina maquiavelicamente estruturada pode render aos assassinos capas de jornais, revistas e até entrevistas na televisão. Com nada, o assassino sai do anonimato, permanece impune, se converte e passa a ser admirado pela mudança de vida.

É até fácil "aceitar" essas coisas quando o homicídio é na casa do vizinho, porque nunca achamos que pode acontecer na nossa. Mas e se fosse conosco? e se fosse nossa filha? talvez, se a possibilidade de ser punido fosse além das manifestações públicas e as leis, de fato, se cumprissem, houvesse um pouco menos casos asism para se reportar. Mas com os assassinos livres, o caso não serve ao menos de exemplo, senão para a impunidade.

COMPLEMENTO:
O que precisamos não são de novas Leis. Precisamos sim, que se cumpram as que por aí andam ficando caducas.

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