De toda nossa midiática vida, parece que os mais fortes holofotes são aos que mancham com sangue as páginas de nosso tempo. Hoje, dia 11 de agosto, seria o aniversário de Daniela Perez, e ver sua mãe falar dos netos que não vieram me faz perceber que o tempo não passou. E não passa mesmo! a gente rir novamente, brinca e até chora, mas porque estamos vivos. Não porque superamos um evento desses.
E é essa inconformidade que nos difere de assassinos frios e calculistas. Imaginem-se por uns instantes sendo a mãe dessa menina e ouvindo isso:
"Eu acredito em Deus, sabe... Eu acho que a Daniela morreu no momento em que Deus permitiu que ela morresse. Eu por exemplo sofri um assalto, levei 6,7 um monte de tiro e não morri! Eu acredito que a Daniela foi para algum lugar, sabe, eu acho que foi, ela tá legal, mais legal do que todo mundo que tá aqui embaixo... Isso aqui é uma droga, o mundo tá cada vez mais horrível... E tudo bem, a gente tenta ser mais feliz, mas não por causa do mundo, porque o mundo é cheio de defeito. A vida é uma contagem regressiva."
Ou assista (ouça) ele mesmo dizendo à reporter Lucileia Cordovil em entrevista à Revista Manchete:
A sensação que se tem ao ouvir um cara desses falando essas coisas, é que estamos desprotegidos, não temos mais em quem confiar. Porque se um cidadão desses, temente a Deus cometeu uma atrocidade dessas, imaginem os que não temem Deus nenhum.
A justiça dos homens é mesmo muito diferente da Divina; no livro do Êxodo 21, 13 nos diz "Quem ferir uma pessoa e lhe causar a morte, torna-se réu de morte." Mas ainda assim, essas pessoas "tementes" a Deus, depois de uma dessas se "convertem" e vivem de fé, para não dizer do crime cometido.
O grande problema, é que Guilherme e Paula não foram os primeiros nem serão os últimos, porque no Brasil matar alguém dá status, muitas vezes é até "um bom negócio". Urgir uma chacina maquiavelicamente estruturada pode render aos assassinos capas de jornais, revistas e até entrevistas na televisão. Com nada, o assassino sai do anonimato, permanece impune, se converte e passa a ser admirado pela mudança de vida.
É até fácil "aceitar" essas coisas quando o homicídio é na casa do vizinho, porque nunca achamos que pode acontecer na nossa. Mas e se fosse conosco? e se fosse nossa filha? talvez, se a possibilidade de ser punido fosse além das manifestações públicas e as leis, de fato, se cumprissem, houvesse um pouco menos casos asism para se reportar. Mas com os assassinos livres, o caso não serve ao menos de exemplo, senão para a impunidade.
COMPLEMENTO:
O que precisamos não são de novas Leis. Precisamos sim, que se cumpram as que por aí andam ficando caducas.
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