Contudo, não raro costumo ler ao menos uma prece antes de dormir. Mas raríssimas vezes me proponho a ler mais de 90 páginas, às tantas chego sempre cansado da universidade, ainda que maior parte desse cansaço seja reflexo de meu desconforto emocional concatenado a situações que deveriam ser normais ou instintivas. Entretanto, ontem, cronologicamente falando, me propus a ler O Pequeno Príncipe de Exupéry, leitura indicada por uma amiga a quem devoto um excesso de estima e que no mais das vezes tem me dado o norte onde batem as conjunções fatais e as procelas. Há quem fale dessa leitura ostentando em seu dizer uma espécie de preconceito, e sem medo de errar eu direi que essas pessoas são eminentemente burras, pessoas que mataram o anjo que havia em seus interiores e se esqueceram que somos todos iguais, e muitas vezes crianças.
Ah meu pequeno príncipe, quisera eu um dia qualquer ver-te pela África em pleno deserto ou numa meditação ir ao seu planeta simplório, onde habita o amor verdadeiro e reina em sua simplicidade bem mais verdade que há na Terra. Mas pensando bem eu sei que posso, afinal, foi você mesmo minha doce majestade, quem me ensinou que o que é importante não se vê. Foi você, quem matimizou minhas reminiscências e fez delas um passado presente colorindo um futuro. Sei no entanto, que as cores de sua aquarela são únicas e nunca poderei delas ser dono, porque eu habito a Terra e já conheci coisas que não são de seu agrado. Lembra de quando aqui esteve? Você achou as coisas um tanto estranhas, coisa de gente grande. Pois é, eu certamente conheço gente grande e devo também ter envelhecido um pouco, mas renascido em experiência e portanto, muito lhe devo, bem como a amiga que me apresentou você numa tarde emocionalmente nebulosa. Eu sei que as pessoas grandes nunca entenderão o que digo. Mas o que me importa isso agora? A vida ensinou-me a ser forte na hora que eu mais devia ser e você estava lá, noite afora me mostrando toda beleza que há no carneirinho que ninguém pode ver, apenas você e eu, porque ele esta dentro de uma caixa, certamente por isso, ele é perfeito aos nossos olhos, ele é exatamente como queremos que ele seja, a focinheira e tudo mais. Ah meu pequeno grande príncipe... Que seria de mim sem você?
Foi você também quem me ensinou que as estrelas são belas por causa de uma flor que não se vê. E a singularidade das flores? Foi você quem também me ensinou, eu também cheguei a pensar meu caro, que todas elas eram iguais, depois de muito me decepcionar por mentiras e vaidade tola. Mas você me mostrou e Fernando Pessoa já me dizia, que só nós somos iguais a nós próprios. Isso é bem verdade, por isso hoje penso nas flores, como quem pensa na singularidade de uma impressão digital, são consequentemente intransferíveis, mas livres, às vezes o vento a despetala e nos leva a mais bela do jardim, às vezes ela nos deixa alguma semente ou mesmo seu perfume, que hora nos perturba, hora nos apraz. Nunca mais me esquecerei também meu príncipe, de que nas despedidas, apenas finges que está morto, mas que sempre estará, conforme meu pensamento, sorrindo para mim de uma estrela linda, radiante e pura, essencialmente sua. Sem dúvida essa é uma das maiores lições que você nos deixou quando veio aqui na Terra, porque nos angustia, homens de pouca fé, enxergar a vida como uma plataforma de encontros e despedidas. Despedidas essas que nos machucam quando criamos vínculos, laços, afetos à quem, ou ao que, cativamos. Você também não sabia o que era cativar, mas esse sentimento já existia na pureza de seu ser. Assim como o poeta que nunca tocou na vida, nem sabia o que era o amor, mas usava anéis de ouro nos dedos para fingir que suas mãos eram de uma realeza.
Seria então melhor sermos puros e ignorantes? Cazuza, um poeta que você não conheceu, disse que essas pessoas são mais felizes, mas Marx diz que a ignorância é a mãe da miséria e eu me pego a pensar quem de nós está certo quando só acreditamos no pulsar de nossas veias e no que habita dentro de nós. A resposta para essa inquietude é tão plural quanto as flores da Terra e tão singular quanto a vaidosa flor do B 612.
Quero com você meu pequeno príncipe, continuar vendo carneiros em caixas, cuidando da flor que não se vê, revolvendo vulcões cuidadosamente e temendo que enormes baobás tomem de conta de nosso planeta. Sim, NOSSO planeta, porque não posso ser indiferente ao seu mundo depois de conhecê-lo se nele me vejo. E se hoje quis descrevê-lo, publicá-lo com a luz de meus olhos, é porque quero que todo mundo saiba que eu tenho um amigo, as vezes ninguém o vê, mas ele sempre comigo está dizendo como as pedras são engraçadas quando a gente as tem nas mãos e olha devagar para elas, e eu espero também, que todas as pessoas do mundo possam ter um amigo, ao menos um, para fitando-lhe os olhos dizer que nenhuma jornada é feita em vão.
Muito obrigado por tudo meu puro e virtuoso amigo. Eu amo você!
Ah meu pequeno príncipe, quisera eu um dia qualquer ver-te pela África em pleno deserto ou numa meditação ir ao seu planeta simplório, onde habita o amor verdadeiro e reina em sua simplicidade bem mais verdade que há na Terra. Mas pensando bem eu sei que posso, afinal, foi você mesmo minha doce majestade, quem me ensinou que o que é importante não se vê. Foi você, quem matimizou minhas reminiscências e fez delas um passado presente colorindo um futuro. Sei no entanto, que as cores de sua aquarela são únicas e nunca poderei delas ser dono, porque eu habito a Terra e já conheci coisas que não são de seu agrado. Lembra de quando aqui esteve? Você achou as coisas um tanto estranhas, coisa de gente grande. Pois é, eu certamente conheço gente grande e devo também ter envelhecido um pouco, mas renascido em experiência e portanto, muito lhe devo, bem como a amiga que me apresentou você numa tarde emocionalmente nebulosa. Eu sei que as pessoas grandes nunca entenderão o que digo. Mas o que me importa isso agora? A vida ensinou-me a ser forte na hora que eu mais devia ser e você estava lá, noite afora me mostrando toda beleza que há no carneirinho que ninguém pode ver, apenas você e eu, porque ele esta dentro de uma caixa, certamente por isso, ele é perfeito aos nossos olhos, ele é exatamente como queremos que ele seja, a focinheira e tudo mais. Ah meu pequeno grande príncipe... Que seria de mim sem você?
Foi você também quem me ensinou que as estrelas são belas por causa de uma flor que não se vê. E a singularidade das flores? Foi você quem também me ensinou, eu também cheguei a pensar meu caro, que todas elas eram iguais, depois de muito me decepcionar por mentiras e vaidade tola. Mas você me mostrou e Fernando Pessoa já me dizia, que só nós somos iguais a nós próprios. Isso é bem verdade, por isso hoje penso nas flores, como quem pensa na singularidade de uma impressão digital, são consequentemente intransferíveis, mas livres, às vezes o vento a despetala e nos leva a mais bela do jardim, às vezes ela nos deixa alguma semente ou mesmo seu perfume, que hora nos perturba, hora nos apraz. Nunca mais me esquecerei também meu príncipe, de que nas despedidas, apenas finges que está morto, mas que sempre estará, conforme meu pensamento, sorrindo para mim de uma estrela linda, radiante e pura, essencialmente sua. Sem dúvida essa é uma das maiores lições que você nos deixou quando veio aqui na Terra, porque nos angustia, homens de pouca fé, enxergar a vida como uma plataforma de encontros e despedidas. Despedidas essas que nos machucam quando criamos vínculos, laços, afetos à quem, ou ao que, cativamos. Você também não sabia o que era cativar, mas esse sentimento já existia na pureza de seu ser. Assim como o poeta que nunca tocou na vida, nem sabia o que era o amor, mas usava anéis de ouro nos dedos para fingir que suas mãos eram de uma realeza.
Seria então melhor sermos puros e ignorantes? Cazuza, um poeta que você não conheceu, disse que essas pessoas são mais felizes, mas Marx diz que a ignorância é a mãe da miséria e eu me pego a pensar quem de nós está certo quando só acreditamos no pulsar de nossas veias e no que habita dentro de nós. A resposta para essa inquietude é tão plural quanto as flores da Terra e tão singular quanto a vaidosa flor do B 612.
Quero com você meu pequeno príncipe, continuar vendo carneiros em caixas, cuidando da flor que não se vê, revolvendo vulcões cuidadosamente e temendo que enormes baobás tomem de conta de nosso planeta. Sim, NOSSO planeta, porque não posso ser indiferente ao seu mundo depois de conhecê-lo se nele me vejo. E se hoje quis descrevê-lo, publicá-lo com a luz de meus olhos, é porque quero que todo mundo saiba que eu tenho um amigo, as vezes ninguém o vê, mas ele sempre comigo está dizendo como as pedras são engraçadas quando a gente as tem nas mãos e olha devagar para elas, e eu espero também, que todas as pessoas do mundo possam ter um amigo, ao menos um, para fitando-lhe os olhos dizer que nenhuma jornada é feita em vão.
Muito obrigado por tudo meu puro e virtuoso amigo. Eu amo você!
Fála sério... q alma é a tua? o q trás aí? do q tens sede?
ResponderExcluirTens tanto conhecimento de alma... tens uma imensa alma e tens tbem uma linda aura... como eu amo o jeito terno e sincero com q tu te descreves... nem mesmo cheguei ao meio do texto e já me embebo de poesia...
Obrigada por esse momento... estou tocada pela imensidão de sua alma... imagino q tenha construído essa doce viagem envolvido de muita ternura, emoção e sinceridade... Ademais concluo meu irmão q as suas como as minhas respostas q tanto buscamos, não estão nesse orbe... entretanto é só na escuridão q vemos as mais belas estrelas... certifiquemo-nos disso.
Amo vc.
Beijos de luz nesse coração q não tem preço.
Sendo mais que qualquer um ou sendo igual a qualquer um...jamais haverá alguém como você.
ResponderExcluirTe adoro meu amigo!!
Fiquei muito emocionada!
ResponderExcluirO Pequeno Príncipe sempre me encantou. Tem um significado importante na minha vida.
Não sei bem, Junior... Penso que perdermos nos caminhos de nossas vidas a capacidade de reconhecer o essencial: que são os pequenos gestos de afeto, de carinho, de gratidão... que dão um sentido todo especial as nossas vidas. Matamos – às vezes, violentamente - a criança que vive em nós, sem nos darmos conta que parte da nossa alma morre junto com ela.
Que o seu texto acorde todas as crianças adormecidas que habitam em muitos corações por aí!
Amei !
Danielle